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30/Oct/2025

China poderá comprar 10 milhões de ton dos EUA

Segundo a StoneX, a China pode anunciar a compra de cerca de 10 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos no acordo comercial que deve ser assinado na Coreia do Sul nesta quinta-feira (30/10). O volume seria suficiente para cobrir a demanda até a chegada da nova safra brasileira ao mercado, em fevereiro de 2026, e não deve alterar significativamente o equilíbrio global de oferta. Alguns operadores falam em compromissos de dezenas de bilhões de dólares, mas, outros, com mais cautela, apontam para 10 milhões de toneladas. Esse número faz sentido, porque é o volume que a China precisa para preencher a janela entre agora e o início dos embarques do Brasil. A soja na Bolsa de Chicago subiu cerca de US$ 0,50 por bushel entre segunda-feira (27/10) e terça-feira (28/10) com as expectativas sobre o acordo, mas o movimento perdeu força nesta quarta-feira (29/10).

O mercado já precificou parte da notícia e agora busca clareza sobre o tamanho real do compromisso. A estatal chinesa Cofco comprou 180 mil toneladas de soja norte-americana nesta semana, em gesto visto como sinalização de que as negociações estão avançadas. A mudança de tom do governo norte-americano foi decisiva para a reviravolta no humor do mercado. Houve uma grande mudança na retórica no fim de semana, especialmente depois de o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que já existe uma estrutura pronta para o acordo e que Xi Jinping e Donald Trump vão apenas assinar algo que foi preparado. O clima é de expectativa positiva, mas sem euforia. O presidente Donald Trump disse que será uma reunião longa, o que significa que as informações podem vir a qualquer momento entre esta quinta-feira (30/10) e sábado (1º/11).

Trump vem firmando acordos bilaterais com países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul e Tailândia, e tenta “preparar um grande final” com a China. Tudo indica que Trump quer fechar um pacote mais amplo de comércio na região, e a soja é peça central dessa negociação. O movimento recente também repercutiu em outras commodities. O milho e o trigo subiram por contágio da soja, mas o fôlego tende a ser curto. O milho subiu mesmo com 75% da colheita já concluída nos Estados Unidos e relatos de venda por produtores. O trigo teve uma alta mais forte, apoiada na soja e em rumores de que a China estaria pedindo ofertas à União Europeia e à Argentina, mas há muito ceticismo sobre a sustentação desse rali.

Entre os fatores que limitam a valorização, estão a abundância de ofertas no mercado físico, o avanço do plantio de trigo nos Estados Unidos (85%) e na Ucrânia (82% a 85%), e a nova estimativa para a safra russa, de 93,5 milhões de toneladas. Compradores do norte da África relatam estar sendo ‘bombardeados’ por ofertas de França, Alemanha, Ucrânia, Rússia e Argentina. O mercado físico está pesado. No plano geopolítico, o Canadá também tenta se aproximar da China após a recente imposição de novas tarifas por parte dos Estados Unidos. Se China e Canadá chegarem a um entendimento, isso pode levar à retomada das compras de canola canadense e gerar suporte adicional para o complexo de oleaginosas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.