30/Oct/2025
Segundo a AgResource, a soja brasileira deve se tornar mais barata em comparação com o produto norte-americano a partir de janeiro, o que deve limitar o impacto de um eventual acordo entre Donald Trump e Xi Jinping no mercado global. Mesmo que a China anuncie novas compras após a reunião de cúpula desta quinta-feira (30/10) na Coreia do Sul, a competitividade do Brasil continuará determinante nas exportações ao país asiático. Enquanto o Brasil for mais barato na entrega de soja para a China, será difícil para os Estados Unidos conseguirem grandes vendas. Os prêmios brasileiros devem ficar de US$ 30,00 a US$ 40,00 por tonelada abaixo dos norte-americanos no início de 2026, o que tende a limitar qualquer reação positiva na Bolsa de Chicago após o encontro. Rumores de mercado apontam que a China poderia anunciar a compra de até 10 milhões de toneladas de soja norte-americana, mas em condições restritas.
Se o governo Trump reduzir pela metade a tarifa sobre produtos ligados ao fentanil, de 20% para 10%, a China também cortaria sua tarifa sobre soja para 10%. Nesse cenário, apenas a estatal Sinograin poderia importar, o que teria efeito mais simbólico que prático. A China adquiriu três carregamentos de soja pelo Pacífico Noroeste nos últimos dias, as primeiras compras da nova safra dos Estados Unidos, mas o movimento é pontual. As notícias tendem a ser baixistas sobre o que a China fará. Com o aumento das vendas de produtores rurais nos últimos dias, o mercado ficou bastante neutro. O mercado na Bolsa de Chicago está tecnicamente sobrecomprado, e as recentes altas devem ser aproveitadas pelos produtores para fixar preços. Essas altas são oportunidades de venda. O contrato spot atingiu o nível mais sobrecomprado desde fevereiro de 2024. Brasil e Argentina agora competem diretamente com os Estados Unidos na janela de exportação que antes era exclusiva dos norte-americanos entre setembro e janeiro.
Isso mostra o tamanho do papel que o Brasil passou a ter no mercado global de oleaginosas e grãos. Os estoques chineses também reduzem a urgência por novas compras. A AgResource estima volume de cerca de 8 milhões de toneladas, ante 7,7 milhões no mesmo período de 2024, resultado das aquisições expressivas na América do Sul. Isso reduz o espaço para novas compras e reforça o foco no clima da América do Sul. As condições climáticas continuam regulares em Mato Grosso, Rondônia e Tocantins, mas a Região Sul do Brasil continua como principal ponto de atenção. O extremo sul tem sido o mais instável nos últimos anos, com influência de eventos de La Niña. Por enquanto, o clima está dentro da normalidade, mas é essa variável que o mercado vai acompanhar a partir de novembro. Para que as cotações subam de forma consistente, é preciso haver uma quebra real de oferta e, no momento, não parece ser o caso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.