28/Oct/2025

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta segunda-feira (27/10). O desempenho refletiu o maior otimismo de traders em relação a um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China, antes do encontro entre os presidentes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, nesta quinta-feira (30/10) na Coreia do Sul. O vencimento novembro da oleaginosa subiu 25,50 cents (2,45%), e fechou a US$ 10,67 por bushel. Trump afirmou que vê "uma boa chance" de fechar um acordo com a China durante o encontro desta semana.

O republicano revelou ainda que pretende visitar a China no início do próximo ano, enquanto Xi Jinping deve retribuir a visita em data posterior. Caso um acordo comercial seja fechado entre os dois países, a China deve comprar cerca de 10 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos nas próximas semanas, estimou a StoneX. Esse volume cobriria apenas a necessidade imediata e vale até fevereiro, quando a nova safra brasileira entra no mercado e passa a ocupar os portos chineses. A partir daí, o Brasil volta a ser o principal fornecedor.

Até agora, a China ainda não comprou soja norte-americana da safra 2025/2026, o que vem se refletindo nos embarques dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 1,06 milhão de toneladas de soja foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana até 23 de outubro. O volume representa queda de 33,26% ante a semana anterior e de quase 60% em relação à semana correspondente do ano passado. No acumulado do ano comercial, que começou em 1º de setembro, o volume soma 6,7 milhões de toneladas, queda de 37% na comparação anual.

Sem as compras da China, essa diferença vem aumentando a cada semana. Na semana anterior, essa queda era de 31%. No Brasil, a área estimada para a soja na safra 2025/2026 estava 36% plantada até o dia 23 de outubro, em comparação com 24% uma semana antes e os mesmos 36% um ano atrás, de acordo com levantamento da AgRural. De um modo geral, o clima foi favorável à semeadura na semana passada, mas há pontos de atenção na Região Centro-Oeste do País por causa da irregularidade das chuvas e do calor. A maior preocupação, no momento, é com a previsão de tempo seco e quente nesta semana.