23/Oct/2025

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta nesta quarta-feira (22/10). Os ganhos foram sustentados em parte por relatos de que o governo dos Estados Unidos vai liberar mais de US$ 3 bilhões em ajuda a agricultores por meio da Commodity Credit Corp.. Para distribuir os novos recursos, em meio à paralisação do governo norte-americano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai reabrir as operações centrais da Agência de Serviços Agrícolas, o braço do USDA responsável pelas finanças e crédito para agricultores norte-americanos. O vencimento novembro da oleaginosa ganhou 4,00 cents (0,39%), e fechou a US$ 10,34 por bushel.

No entanto, essa liberação de mais de US$ 3 bilhões, em resposta à disputa comercial em andamento entre Estados Unidos e China, pode indicar que autoridades norte-americanas não esperam que as próximas reuniões resultem em um acordo que leve a China a retomar as compras de soja dos Estados Unidos. Traders estarão de olho na reunião desta sexta-feira (24/10) entre o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o primeiro-ministro chinês, He Lifeng, em busca de sinais para o possível encontro na próxima semana entre o presidente Donald Trump e o presidente Xi Jinping. Temores de que a produção nos Estados Unidos seja menor do que a estimada pelo USDA em seu relatório de oferta e demanda de setembro, de 117,05 milhões de toneladas, também deram suporte aos preços.

Com cerca de três quartos da safra já colhida, relatos de campo indicam que a produtividade está abaixo das expectativas iniciais. Os ganhos foram limitados pelo avanço do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) afirmou que o Brasil deverá embarcar 7,34 milhões de toneladas de soja em outubro, 65,6% mais do que em outubro de 2024. Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estimou que a produção brasileira deverá alcançar 178,5 milhões de toneladas na safra 2025/2026, alta de 3,9% em relação à estimativa de 171,8 milhões de toneladas para o ciclo atual. O desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 1%, também impediu uma alta mais expressiva das cotações do grão.