22/Oct/2025

No mercado interno de soja, os preços registraram leve alta entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg nesta terça-feira (21/10). O dólar fechou esta terça-feira (21/10) em alta ante o Real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior e com investidores recompondo posições na divisa após quatro sessões consecutivas de queda. O dólar fechou em alta de 0,37%, a R$ 5,33. A alta refletiu o ajuste de posições de parte dos investidores e o avanço das cotações no exterior. Com o dólar em queda por quatro sessões consecutivas, houve um ajuste normal de alta. No exterior, o mercado era influenciado em grande parte pela forte desvalorização do iene.

Os receios em torno de uma política fiscal mais expansionista no Japão faziam o dólar disparar ante o iene, mas também sustentar ganhos ante o euro, a libra e as divisas pares do Real, como a lira turca, o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano. Em um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos, o mercado também esteve atento às movimentações em Brasília, onde o governo seguia em busca de uma solução para o Orçamento. O governo decidiu enviar ao Congresso dois projetos de lei que abordam controle de gastos e taxação de “bets” e fintechs. No mercado de câmbio, analistas têm ponderado que a manutenção da Selic em 15% ao ano e a expectativa de mais cortes de juros nos Estados Unidos favoreceram a baixa recente do dólar ante o Real.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em terreno negativo, mas perto da estabilidade nesta terça-feira (21/10). O vencimento novembro perdeu 1,00 cent (0,10%), e fechou a US$ 10,30 por bushel. O mercado passou por realização de lucros após ter subido nas três sessões anteriores e acumulado valorização de 2,50% no período. A commodity também foi pressionada pelo desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 1%. O derivado, por sua vez, foi influenciado por incertezas quanto à realocação do volume de biocombustíveis que deixou de ser misturado a combustíveis fósseis entre 2023 e 2025, devido a isenções concedidas a pequenas refinarias.

Esses fatores foram contrabalançados pela expectativa de que Estados Unidos e China cheguem a um acordo comercial que envolva a retomada das compras chinesas do grão norte-americano. Os que apostam na alta dos preços ainda estão operando principalmente com base na esperança e na retórica do presidente Trump, sem nenhuma venda para a China registrada até agora para a temporada 2025/2026. Essa ausência da China vem se refletindo nos embarques norte-americanos. Com a paralisação do governo norte-americano, o USDA não tem divulgado seu relatório semanal de acompanhamento de safra. Para analistas, a colheita de soja estaria em 73% no dia 19 de outubro, ante 79% um ano antes.

Em São Paulo, na região de Campinas, tradings indicam R$ 139,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, ou entre R$ 141,00 e R$ 142,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega em novembro e pagamento em dezembro. Para safra 2025/2026, tradings indicam entre R$ 130,00 e R$ 131,50 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega em fevereiro e pagamento em março de 2026. Em Mato Grosso, na região de Sorriso, fábricas indicam entre R$ 120,00 e R$ 121,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em novembro e pagamento em dezembro. Quanto à safra 2025/2026, tradings e indústrias indicam R$ 112,50 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em 15 de janeiro e pagamento em 28 de fevereiro.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.