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22/Oct/2025

Brasil: crescimento da área de soja em 2025/2026

Segundo a consultoria Veeries, o Brasil deve cultivar 48,7 milhões de hectares de soja em 2025/2026, alta de 2,1% sobre o ciclo anterior, e caminha para produção entre 176 milhões e 181 milhões de toneladas. A projeção da indica produtividade média de 62 sacas de 60 Kg por hectare. O avanço de 2,1%, ou cerca de 1 milhão de hectares na área plantada demonstra a resiliência do setor diante das narrativas de crise no agronegócio. A expansão está concentrada em áreas que registraram perdas no ciclo anterior. Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul lideram o crescimento da produção, seguidos por Goiás e Paraná, que também devem apresentar ganhos relevantes de produtividade. O potencial produtivo do Brasil já poderia ter alcançado 180 milhões de toneladas em 2024/2025 se não fossem as quebras nos dois primeiros Estados.

O problema nas Regiões Sul e Centro-Oeste limitou o resultado, mas o potencial continua intacto. O plantio nacional já cobre 25% da área prevista, ritmo mais adiantado que o dos últimos dois anos e superior à média histórica. No oeste do Paraná, a semeadura é a mais rápida da série histórica. Em Mato Grosso, o avanço também supera 2024, embora fique abaixo do ritmo acelerado de 2023. Mato Grosso do Sul apresenta plantio concentrado no sul do Estado, enquanto a porção norte segue dinâmica diferente. As chuvas na Região Centro-Oeste têm sido pontuais e suficientes para garantir o desenvolvimento inicial das lavouras, mas ainda sem sobra de umidade. As precipitações têm ocorrido na medida, permitindo o avanço do plantio, porém, com volumes levemente abaixo do previsto pelos modelos meteorológicos.

O padrão, observado ao longo de 2024, repete-se no início do ciclo 2025/2026 e exige acompanhamento constante para evitar estresse hídrico em áreas mais sensíveis. Eventuais atrasos no plantio não representam necessariamente prejuízo à produtividade. Estudos da Veeries com monitoramento por satélite indicam que o período entre o fim de outubro e meados de novembro corresponde à janela ideal de semeadura na Região Centro-Oeste. Atrasar alguns dias pode até favorecer o desempenho das lavouras, já que a soja se ajusta melhor às condições de umidade e temperatura nesse intervalo. O plantio antecipado, comum em setembro e início de outubro, está mais associado à estratégia econômica de garantir tempo para a 2ª safra, especialmente de milho.

Do ponto de vista financeiro, o produtor enfrenta margens dentro da média histórica, mas sem grande folga. O custo de produção voltou a subir após dois anos de queda, pressionado principalmente pelos fertilizantes, que atingiram picos de preço antes do plantio. As margens projetadas para 2025/2026 tendem a ficar abaixo das de 2024/2025, permanecendo positivas em áreas próprias e mais apertadas em áreas arrendadas. O mercado de insumos, porém, continua aquecido. Volumes de venda permanecem robustos, e produtores já negociam fertilizantes para as safras de 2026 e 2027. O mercado está aquecido. Esse movimento contraria a leitura de crise generalizada no campo. Existem dificuldades, mas elas estão concentradas em uma parcela dos produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.