ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Oct/2025

EUA: política de biocombustíveis pode aliviar produtor

Segundo a consultoria Veeries, a ausência de vendas norte-americanas de soja para a China deve levar o governo dos Estados Unidos a alterar a política de biocombustíveis do país, aumentando os incentivos para absorver parte da produção doméstica que ficou sem destino. É provável a adoção de medidas de estímulo ao consumo interno diante da situação desesperadora dos produtores norte-americanos, com armazéns cheios e logística travada. O impacto da guerra comercial ainda não apareceu por completo no mercado. Os Estados Unidos não venderam um único grão de soja para a China da safra 2025/2026, enquanto no mesmo período do ano passado já haviam comercializado 6,8 milhões de toneladas. Deverá haver uma mudança da política de biocombustível. Existe uma probabilidade de maior incentivo ao uso de milho para etanol e de HVO e biodiesel, que proporcionem algum estímulo para o mercado de soja doméstico e aliviem a pressão sobre o produtor.

Eventuais acordos comerciais entre Estados Unidos e China podem não se traduzir em compras efetivas, como ocorreu em 2018, quando o governo Trump anunciou um acordo que não foi cumprido na prática. Pode ser que se chegue em um acordo no fim do mês, mas a China pode não cumprir o acordo. Então no papel, no discurso, existe um acordo. Na prática, não existe. Para o Brasil, a continuidade do impasse significa manutenção dos prêmios elevados, próximos de US$ 1,50 por bushel, e consolidação do espaço nas exportações para a China. O País ampliou em quase 10 milhões de toneladas os embarques para o mercado asiático em 2025 e deve repetir o desempenho em 2026, ocupando integralmente a fatia norte-americana. A Argentina também expandiu a participação, passando de 3,6 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas. O cenário, porém, cria desafios para o farelo de soja.

Com o aumento do esmagamento no Brasil, impulsionado pelo biodiesel, e nos Estados Unidos, forçado pela necessidade de absorver a soja sem destino, a oferta global de farelo tende a crescer de forma acelerada. Ano após ano, haverá cada vez mais farelo para posicionar no mercado: do Brasil, dos Estados Unidos e, potencialmente, da Argentina. O mercado de farelo é um desafio nos próximos anos. A Veeries projeta esmagamento de cerca de 60 milhões de toneladas de soja no Brasil em 2025/2026, com exportações de 25,5 milhões de toneladas de farelo. O crescimento da demanda interna por óleo, estimulado pelo aumento da mistura de biodiesel de B15 para B16 em março, deve gerar incremento de 10% no consumo. A mudança decorre do projeto Combustível do Futuro, aprovado no fim de 2024. A definição do cenário global para 2025/2026 dependerá da resposta norte-americana ao impasse com a China, da logística brasileira e da volatilidade cambial em ano eleitoral. Pode haver volatilidade no ano que vem no câmbio e isso deve impactar nos preços da soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.