21/Oct/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta segunda-feira (20/10), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar que vai incluir a oleaginosa nas demandas comerciais que fará à China. No domingo (19/10), Trump acenou com a possibilidade de reduzir as tarifas sobre a China, desde que o país retome a compra de soja, “pelo menos nos volumes de antes", e pare de mandar fentanil para os Estados Unidos. O republicano acrescentou que mantém "ótima relação com Xi Jinping" e disse ainda não querer que o país asiático "jogue o jogo das terras raras" com os Estados Unidos. Segundo ele, trata-se de pedidos "muito normais" para considerar a redução de sobretaxas. O vencimento novembro da oleaginosa avançou 12,25 cents (1,20%), e fechou a US$ 10,31 por bushel.
A China está com suas necessidades de soja cobertas até o fim de novembro, mas, de acordo com estimativa da StoneX, ainda precisaria de quase 10 milhões de toneladas antes da entrada da nova safra do Brasil, o que ajudaria bastante a demanda por soja dos Estados Unidos. Até agora, a China ainda não comprou soja norte-americana da safra 2025/2026. Dados semanais de inspeção de embarques dos Estados Unidos vieram acima da expectativa do mercado, apesar da ausência da China, e deram suporte às cotações. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 1,47 milhão de toneladas de soja foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana até 16 de outubro, aumento de 45% ante a semana anterior. Analistas esperavam um volume de até 1,355 milhão de toneladas. Na comparação com a semana correspondente do ano passado, no entanto, há queda de 42%.
Desde o início do ano comercial, em 1º de setembro, foram inspecionados 5,54 milhões de toneladas de soja, recuo de 31% na comparação anual. Sem as compras da China, essa diferença vem aumentando a cada semana. Na semana anterior, essa queda era de 26%. O recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, contribuiu para a alta. Além disso, há rumores de que a China estaria adiando algumas compras de soja do Brasil, em função dos altos prêmios. A AgRural informou que a área estimada para a soja na safra 2025/2026 do Brasil estava 24% semeada até o dia 16 de outubro. O número representa avanço de 10% sobre os 14% da semana anterior e supera os 18% de um ano atrás, embora siga abaixo dos 30% semeados há dois anos. O avanço registrado na semana passada foi favorecido por chuvas que chegaram em boa hora aos três Estados da Região Centro-Oeste do País, onde a área já plantada dobrou em uma semana.