21/Oct/2025
Segundo a StoneX, o Brasil pode encerrar o ano de 2025 com exportações recordes de soja. O último trimestre, marcado por incertezas geopolíticas, clima na América do Sul e decisões políticas, será decisivo e pode moldar os rumos do mercado global da do grão. A estimativa de produção no Brasil é de 178,7 milhões de toneladas de soja no ciclo 2025/2026, impulsionada por crescimento da área plantada para 48,3 milhões de hectares e recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul, que alterna com o Paraná como segundo maior produtor nacional. O plantio está mais adiantado que no ano passado. Eventuais atrasos iniciais não representam necessariamente prejuízos para a soja, mas podem afetar culturas de 2ª safra. O desempenho das lavouras na Região Sul do Brasil será crucial para confirmar ou não o recorde de produção nacional.
Caso o clima colabore, o Brasil deverá consolidar sua posição como maior produtor e exportador mundial de soja, influenciando diretamente o balanço global de oferta e demanda. As condições para ocorrência do fenômeno La Niña estão presentes, com possibilidade de persistência até o início de 2026. Ainda que de curta duração, o esfriamento das águas do Pacífico equatorial tende a provocar clima mais seco no sul do continente, afetando especialmente Argentina, Uruguai, Paraguai e regiões do sul do Brasil. As exportações brasileiras seguem aquecidas e devem atingir um recorde de 107 milhões de toneladas em 2025. Esse desempenho tem mantido os basis fortalecidos no País, refletindo a forte demanda externa, especialmente da China.
No mercado interno, os biocombustíveis também contribuem para a demanda, com aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, reforçando o consumo de óleo de soja. Na América do Sul, o Paraguai projeta recuperação da produtividade, com produção total acima de 10 milhões de toneladas. A Argentina deve reduzir a área de soja no ciclo 2025/2026, cujo plantio começa na segunda quinzena de outubro, com o milho ganhando espaço após condições climáticas mais favoráveis no início do ciclo do cereal. Em relação aos Estados Unidos, a colheita da safra 2025/2026 avança com produtividade recorde, embora a produção total tenha sido limitada pela redução da área plantada, redirecionada em parte para o milho. O consumo interno segue firme, sustentando o equilíbrio entre oferta e demanda, enquanto o esmagamento da soja se mantém aquecido, graças às boas margens e à demanda por farelo e óleo.
As exportações norte-americanas continuam enfrentando dificuldades com a ausência da China, que tem priorizado a soja brasileira e ampliado compras na Argentina, Paraguai e Uruguai. A relação comercial entre os dois países continua tensa, e o mercado aguarda com cautela um encontro entre seus líderes previsto para outubro. Em relação aos biocombustíveis, é um segmento em expansão, mas ainda depende de políticas públicas, que podem ser alteradas por fatores como inflação, mudanças de governo e alinhamento político. Por ora, os Estados Unidos devem ampliar os mandatos de diesel renovável, e o Brasil deve continuar elevando a mistura obrigatória de biodiesel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.