ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

21/Oct/2025

China não importou soja dos EUA em setembro/2025

A China não importou soja dos Estados Unidos em setembro, no primeiro mês desde novembro de 2018 que embarques caíram para zero, enquanto as importações da América do Sul aumentaram em relação ao ano anterior, já que os compradores evitaram as cargas norte-americanas durante a disputa comercial em curso entre as duas maiores economias do mundo. No mesmo período do ano passado, as importações chinesas de soja dos Estados Unidos somaram 1,7 milhão de toneladas métricas, mostraram dados da Administração Geral de Alfândega da China (GACC) nesta segunda-feira (20/10). Os embarques caíram devido às altas tarifas que a China impôs sobre as importações dos Estados Unidos e porque os suprimentos norte-americanos colhidos anteriormente, conhecidos como grãos de safra antiga, já foram comercializados. A China é o maior importador de soja do mundo. Segundo a Capital Jingdu Futures, isso se deve principalmente às tarifas. Em um ano normal, alguns grãos de safra antiga ainda entrariam no mercado.

As chegadas do Brasil no mês passado aumentaram 29,9% em relação ao ano anterior, para 10,96 milhões de toneladas, respondendo por 85,2% do total das importações chinesas da oleaginosa, enquanto os embarques da Argentina aumentaram 91,5%, para 1,17 milhão de toneladas, ou 9% do total. As importações de soja da China atingiram 12,87 milhões de toneladas métricas em setembro, o segundo nível mais alto já registrado. A China não comprou nenhuma carga de soja dos Estados Unidos da safra de outono deste ano. A janela para as compras de soja dos Estados Unidos está se fechando rapidamente à medida que os compradores asseguram as remessas até novembro, principalmente do Brasil e da Argentina. Se não houver um avanço nas negociações comerciais, os agricultores dos Estados Unidos poderão enfrentar bilhões em perdas, já que as esmagadoras chinesas continuarão a se abastecer na América do Sul. A China, no entanto, também pode enfrentar uma possível crise de abastecimento no início do próximo ano, antes que as novas safras do Brasil cheguem ao mercado.

Uma lacuna no fornecimento de soja pode surgir na China entre fevereiro e abril do próximo ano se não houver um acordo comercial. O Brasil já embarcou um volume enorme, e não se sabe quanto estoque de safras antigas ainda resta, afirmou a AgRadar Consulting. As negociações comerciais entre China e Estados Unidos parecem estar recuperando o ímpeto após semanas de novas ameaças tarifárias e controles de exportação. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (19/10) que acreditava que um acordo sobre a soja seria alcançado. No período de janeiro a setembro, a China importou 63,7 milhões de toneladas do Brasil, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior, e 2,9 milhões de toneladas da Argentina, um aumento de 31,8% em relação ao ano anterior. Mesmo que os compradores chineses estejam evitando a safra norte-americana deste ano, as compras realizadas no início de 2025 significam que as importações de grãos norte-americanos no acumulado do ano totalizaram 16,8 milhões de toneladas, um aumento de 15,5%. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.