20/Oct/2025
Segundo a AgResource, os Estados Unidos devem perder a janela de exportação de soja para a China nesta safra. A tarifa chinesa de 34% sobre o grão norte-americano, equivalente a cerca de US$ 2,60 por bushel, praticamente bloqueia as vendas entre os dois países e transfere a demanda para o Brasil e a Argentina. Há ceticismo sobre um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China. As discussões estão dominadas por temas como minerais de terras raras, taxas sobre navios e o aplicativo TikTok, muito além da soja. O clima entre os dois governos é mais tenso do que nas últimas rodadas de negociação.
A China ainda não comprou soja norte-americana nesta temporada e os Estados Unidos já perderam cerca de 13 milhões de toneladas em embarques entre setembro e o início de outubro, volume que foi absorvido por exportadores do Brasil e da Argentina. A principal janela de exportação dos Estados Unidos, que normalmente vai de outubro a dezembro, deve se fechar sem novos negócios. Se os Estados Unidos não venderem soja agora, essa oportunidade desaparece. Entre dezembro e janeiro, a China deve importar de 6 milhões a 7 milhões de toneladas, mas o país tem estoques suficientes para atender essa necessidade internamente. Esses grãos não virão dos Estados Unidos.
O Brasil ganhou um espaço permanente no comércio mundial de soja. O País pode atender sozinho cerca de 100 milhões de toneladas das compras anuais da China e ainda manter seu próprio esmagamento, próximo de 55 milhões de toneladas. O Brasil continua ampliando área, processamento e exportações. A China pode garantir todas as suas necessidades com o Brasil. Se houver retomada das compras chinesas, isso deve ocorrer apenas entre junho e agosto de 2026, no fim do ano comercial norte-americano.
Até lá, os preços da soja na Bolsa de Chicago devem continuar oscilando entre US$ 9,50 e US$ 10,75 por bushel, a mesma faixa observada no último ano. Se a China não voltar ao mercado, os preços devem cair para perto de US$ 9,40 por bushel. Os estoques Estados Unidos podem ultrapassar 13,6 milhões de toneladas, o maior volume desde 2018, o que deve manter a pressão sobre os preços. Os estoques vão crescer, os preços terão viés de baixa e o Brasil continuará ampliando sua participação. É um bom momento para o produtor brasileiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.