17/Oct/2025
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a relação entre Estados Unidos e China é a principal incógnita quanto à demanda externa da safra de grãos 2025/2026. Essa relação é o ponto de interrogação quanto às exportações da safra. Em análise preliminar, não há previsão de uma virada de demanda da China do Brasil para os Estados Unidos no curto prazo. A escalada da guerra comercial entre os países, com elevação de tarifas recíprocas nos últimos dias, tem valorizado os prêmios pagos pela oleaginosa brasileira no curto prazo. O Brasil bateu recorde de exportação neste ano com prêmios superiores aos anteriores.
Em contrapartida, caso haja reaproximação entre Estados Unidos e China e eventual acordo sino-americano, com compromisso de compras em produtos agrícolas, pode haver pressão sobre os preços internos da soja. O comportamento dos preços vai depender do que sairá dessa negociação o que pode trazer impactos até questão se reacomodar, com reflexo no curto prazo para redução dos prêmios sobre a soja nos portos brasileiros. Mas, os Estados Unidos não têm volume significativo para atender a toda demanda chinesa. Mato Grosso deve exportar 29,33 milhões de toneladas de soja e 26,10 milhões de toneladas de milho no ciclo atual. A previsão do instituto é de colheita de 47,184 milhões de toneladas de soja em 2025/2026 e de 51,719 milhões de toneladas de milho.
A Caramuru Alimentos alertou que o Brasil pode ser "atingido brutalmente" caso Estados Unidos e China negociem a soja como parte do acordo comercial entre os dois países. A soja brasileira não foi diretamente atingida pelo tarifaço, mas está na mira de futuras negociações. Os Estados Unidos precisam organizar a saída da soja. Os agricultores norte-americanos têm uma demanda de cerca de US$ 12 bilhões represada e pressionam o governo por soluções. Outra ameaça ao Brasil é o aumento da mistura de etanol de milho na gasolina norte-americana, de 10% para 15%. O Brasil deve buscar vantagens competitivas diante do atual cenário internacional. O País pode avançar na regionalização da produção, a exemplo do modelo adotado pelo setor de frango, e investir mais em inovação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.