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16/Oct/2025

Biodiesel: B15 impulsiona consumo de óleo de soja

Segundo a StoneX, o avanço do mandato de biodiesel no Brasil deve elevar o consumo de óleo de soja para a faixa de 8 milhões a 8,4 milhões de toneladas em 2026, a depender do percentual de mistura. No cenário-base, com B15 vigente o ano inteiro, a produção de biodiesel cresce 6,3% e o óleo de soja ganha espaço na matriz. Se o B16 for implementado em março, o impulso seria bem mais forte, com alta de 12% na produção e avanço de 13% no uso do óleo. O B15 parece o mais provável. O governo já sinalizou que o B16 pode ser adiado em um ano eleitoral, com preocupação sobre inflação e preço do combustível. Para 2025, a StoneX mantém curva firme: alta de 8,8% na produção de biodiesel e de 10% no consumo de óleo de soja, com recorde mensal em agosto e tendência de ritmo forte no fim do ano.

A elevação de B14 para B15 em agosto sustenta basis mais firme no quarto trimestre, justamente quando o esmagamento recua sazonalmente, deixando o balanço doméstico mais apertado. O ano de 2025 deve encerrar com 9,8 milhões de m³ de biodiesel e cerca de 7,9 milhões de toneladas de óleo de soja consumidas. Nos Estados Unidos, 2025 tem sido um ano de incertezas no mercado de biocombustíveis, com produção menor de biodiesel e diesel renovável. O setor enfrenta indefinições regulatórias que afetam a demanda por óleo de soja. O novo crédito fiscal do país, chamado 45Z, foi aprovado com incentivos mais amplos, mas só deve entrar em vigor de forma completa em 2026, priorizando matérias-primas produzidas na América do Norte.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) também propôs novas metas de consumo de biocombustíveis e abriu consulta sobre mudanças que podem reduzir a rentabilidade de combustíveis fabricados com insumos importados. Essas indefinições minaram a demanda em 2025. Para 2026, a tendência é de suporte maior ao óleo de soja se as propostas forem confirmadas e a preferência por insumo doméstico se mantiver. Os dados mostram a dimensão do ajuste nos Estados Unidos: até julho, a produção de biodiesel recuou cerca de 30% e a de HVO quase 9% na comparação anual, com capacidade ociosa elevada e menor consumo de matérias-primas. No acumulado do ano, o uso de óleo de soja para biocombustíveis caiu 18% e sua participação no pool de insumos ficou em torno de 32%, abaixo do observado em 2024.

Para 2026, a previsão é de retomada dessa participação se as novas regras avançarem e as metas forem confirmadas. No mercado internacional de óleos, o trimestre reforçou trajetórias distintas. O óleo de palma se recuperou com estoques enxutos e demanda doméstica aquecida na Indonésia sob mistura B40; no terceiro trimestre, avançou 8,9% e fechou a US$ 1.077,00 por tonelada. O óleo de soja sentiu o peso das incertezas regulatórias americanas: o contrato contínuo terminou o período a US$ 48,90 por libra-peso, queda de 6,9% ante o trimestre anterior. Ao longo de 2025, a Índia, principal importadora, reduziu compras de palma e aumentou as de óleo de soja quando o spread entre os dois óleos favoreceu a soja; com a recente reaproximação dos diferenciais, o ritmo de importação de palma pode perder fôlego à frente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.