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16/Oct/2025

Combustível Sustentável: iniciativa visa elevar uso

Brasil, Índia, Japão e Itália lançaram na terça-feira (14/10), uma iniciativa para conseguir o compromisso político de outros países a fim de quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis globalmente. O documento foi intitulado “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis” ou “Belém 4x”. A ideia é que seja oficializado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Cúpula de Líderes, que antecede a COP30 e será realizada nos dias 6 e 7 de novembro. Revelada durante a reunião pré-COP, a iniciativa é paralela e não faz parte dos acordos oficiais e metas da COP-30, Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A diplomacia brasileira trabalha para convencer mais países a participar do compromisso. As delegações receberam um documento com a nota conceitual e vão levar o assunto às capitais. A ideia é que os futuros membros realizem reuniões anuais e possam fazer um monitoramento da evolução da iniciativa.

A meta de quadruplicar a produção e o consumo de combustíveis sustentáveis tem como base relatório da Agência Internacional de Energia que fala sobre a multiplicação das soluções até 2035. Segundo diplomatas, um dos objetivos é fomentar políticas públicas nacionais, como o estabelecimento de mandatos de mistura de etanol na gasolina, uma forma de garantir um impulso aos biocombustíveis. Outra sugestão é fomentar um mix com opções líquidas e gasosas, como biodiesel, etanol, hidrogênio verde e derivados, biogás, e-fuels (sintéticos), SAF (combustível de aviação) e bunker (para navios). Segundo diplomatas, há interesse de países como a África do Sul em produzir biogás e biocombustível. A ideia é aumentar opções e trazer as cadeias de produção para perto de onde tem energia rica e barata. Durante discurso de abertura da reunião sobre transição energética, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, citou acordo feito durante a COP28, em Dubai, que optou por uma transição rumo ao fim do uso dos combustíveis fósseis.

A decisão representa um chamado para eliminar progressivamente os subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que variam de US$ 1,5 trilhão a US$ 7 trilhões. Em contraste, os subsídios e investimentos em energias renováveis são muito menores: cerca de US$ 170 bilhões nos países do G20, ou US$ 500 bilhões se incluir o investimento privado. Dois anos atrás, esses mesmos quatro países fizeram parte do lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis (GBA), durante uma reunião do G20 na Índia. A coalizão reúne atualmente 32 países e 14 organizações internacionais. Diferentemente daquela ocasião, a nova iniciativa não tem a participação, até o momento, dos Estados Unidos, maior produtor e exportador mundial de etanol e player incontornável no setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.