15/Oct/2025

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam perto da estabilidade pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira (14/10). O vencimento novembro da oleaginosa cedeu 1,25 cent (0,12%), e fechou a US$ 10,06 por bushel. Com os mais recentes desdobramentos da disputa comercial entre Estados Unidos e China, traders temem que a soja fique em segundo plano caso o presidente norte-americano, Donald Trump, se encontre com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a reunião da Apec na Coreia do Sul, no fim do mês.

Entre metais de terras raras, novos impostos sobre embarcações e portuários, e o TikTok, a comercialização de soja dos Estados Unidos com a China está sendo relegada ao fim da agenda. Na sexta-feira (10/10), Trump anunciou que os Estados Unidos vão impor tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, em resposta às restrições impostas pela China à exportação de terras raras. As taxas sobre navios entraram em vigor nesta terça-feira (14/10). Os Estados Unidos passaram a cobrar US$ 50,00 por tonelada líquida, enquanto a China impôs o equivalente a US$ 56,00 por tonelada líquida.

A medida veio após o governo norte-americano incluir o setor naval chinês nas sanções relacionadas ao fentanil, e a China reagir mirando empresas com participação norte-americana, entre elas subsidiárias da Hanwha, principal construtora naval da Coreia do Sul. A ausência de compras chinesas de soja norte-americana segue pressionando as cotações. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 994.008 toneladas de soja foram inspecionadas para embarque em portos do país na semana até 9 de outubro, aumento de 26,9% ante a semana anterior. A China, novamente, não apareceu entre os destinos. Na comparação com um ano atrás, porém, o volume é 47,9% menor.

Desde o início do ano comercial 2025/2026, em 1º de setembro, foram inspecionados 4,04 milhões de toneladas, queda de 26% na comparação anual. No Brasil, o plantio de soja da safra 2025/2026 alcançava, no dia 11 de outubro, 11,1% da área prevista, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse percentual representa avanço de 2,9% em relação à semana anterior. Na comparação com igual momento da safra 2024/2025, os trabalhos estão 2% adiantados. Nesta terça-feira (14/10), a Conab publicou seu primeiro levantamento para a safra 2025/2026, projetando uma colheita de 177,6 milhões de toneladas de soja. Na temporada anterior, a produção foi de 171,5 milhões de toneladas.