15/Oct/2025
Segundo a AgResource, o clima favorável no Brasil e na Argentina deve manter a pressão sobre os preços da soja e do milho nos próximos meses. A chance de um evento climático capaz de sustentar as cotações é pequena e restrita às próximas dez semanas. Os dados apontam para um mercado pesado, com vários fatores atuando contra uma recuperação de preços. A previsão aponta chuvas bem distribuídas em quase toda a América do Sul até o fim de outubro. Deve chover na Região Norte do Brasil nesta semana, na Argentina na próxima e praticamente todos os dias no Paraguai e na Região Sul do Brasil. O mapa mostra o continente inteiro recebendo boas chuvas nas próximas semanas. Por enquanto, não há sinal de problema climático. No Brasil, a colheita da soja de ciclo curto deve começar mais cedo, em áreas do Paraná e de Mato Grosso, a partir da segunda quinzena de janeiro.
Na Argentina, há potencial de recorde na produção de milho, desde que o país escape de um novo período seco entre novembro e dezembro. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta produtividade média de 7,1 toneladas por hectare para o milho argentino, mas a AgResource calcula que, com rendimento entre 7,9 toneladas e 8,2 toneladas por hectare, a safra pode alcançar até 62 milhões de toneladas, o maior volume já registrado. Se isso se confirmar, haverá uma oferta ainda maior de grãos e derivados no mercado internacional. Dois fatores que pesam sobre o mercado: a ampla oferta de milho nos Estados Unidos, estimada em cerca de 460 milhões de toneladas, e a escalada comercial entre Estados Unidos e China. As novas tarifas sobre as embarcações agravaram o cenário.
O frete marítimo encareceu no mundo inteiro e, por enquanto, a China não deve comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos. As taxas sobre navios entraram em vigor nesta terça-feira (14/10). Os Estados Unidos passaram a cobrar US$ 50,00 por tonelada líquida, enquanto a China impôs o equivalente a US$ 56,00 por tonelada líquida. A medida veio após o governo dos Estados Unidos incluir o setor naval chinês nas sanções relacionadas ao fentanil, e a China reagir mirando empresas com participação norte-americana, entre elas subsidiárias da Hanwha, principal construtora naval da Coreia do Sul. Ainda é incerto se o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, previsto para a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) no fim do mês, será mantido. Se as tensões continuarem, o mercado de soja não vai reagir bem, porque significa perder embarques para a China até meados do próximo ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.