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15/Oct/2025

Previsão de oferta global confortável em 2025/2026

O Itaú BBA projeta que o avanço das chuvas na Região Centro-Oeste e o bom nível de umidade na Argentina devem garantir o ritmo do plantio da safra 2025/2026 e sustentar um cenário favorável de oferta global de soja. A perspectiva é de colheitas cheias nos dois países, o que tende a manter o mercado internacional bem abastecido e reduzir a volatilidade de preços. Contudo, a valorização do Real pode pressionar as cotações internas nas próximas semanas. As chuvas devem se consolidar sobre a região central do País, favorecendo o avanço do plantio. As últimas projeções indicam um cenário climático promissor para os próximos meses, com atenção especial apenas para o Rio Grande do Sul.

A confirmação do fenômeno La Niña pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) tende a beneficiar a Região Centro-Oeste e parte da Região Sudeste, embora a Região Sul mereça acompanhamento devido ao risco de estiagens prolongadas, especialmente no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina. O plantio da safra 2025/2026 teve início favorecido pela chegada antecipada das chuvas em comparação ao ano anterior. Embora os volumes ainda tenham sido baixos e irregulares, permitiram avanços em áreas de sequeiro e o início do cultivo em áreas irrigadas. Até o momento, cerca de 11% da área projetada foi semeada, frente a 9% no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que 21% da área já havia sido semeada até o dia 10 de outubro.

Na Argentina, as últimas semanas foram marcadas por boas precipitações nas áreas produtoras, inclusive com registros de alagamentos em algumas regiões. No entanto, de forma geral, o solo está bem abastecido de umidade, o que deve permitir um início de plantio favorável. As previsões de chuva para os próximos meses também seguem positivas para o país. Caso Brasil e Argentina tenham boas colheitas, cenário base atual, a tendência é de um mercado global bem abastecido, com oferta recorde. O Itaú BBA estima produção brasileira de 175 milhões de toneladas na safra 2025/2026, avanço de 4% sobre o ciclo anterior. No balanço global, a expectativa é de produção de 426 milhões de toneladas e consumo de 424 milhões, com estoques finais estáveis em 124 milhões de toneladas.

Sob a ótica dos fundamentos, o mercado da soja permanece estável, com perspectivas climáticas positivas para o Brasil. A variável câmbio, no entanto, será determinante para a formação dos preços internos. Em setembro, apesar da valorização de 1,4% na Bolsa de Chicago, para US$ 10,19 por bushel, e da estabilidade dos prêmios, a apreciação do Real resultou em queda de 1% no preço da soja no Porto de Paranaguá (PR), cotada a R$ 139,00 por saca de 60 Kg. Uma valorização adicional do Real poderia levar a cotação da soja abaixo de R$ 100,00 por saca de 60 Kg em Mato Grosso. O anúncio de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos chineses reacende a tensão comercial entre os dois países.

A medida é uma resposta às restrições impostas pela China à exportação de produtos estratégicos, especialmente terras raras. Esse contexto tende a fortalecer a demanda chinesa pela soja brasileira, o que pode elevar os prêmios de exportação e pressionar negativamente as cotações da Bolsa de Chicago no curto prazo. A comercialização da safra 2025/2026 segue abaixo da média dos últimos cinco anos, reflexo dos preços mais baixos e da volatilidade cambial, que desestimulam as vendas antecipadas. Até o final de setembro, 23% da safra havia sido comercializada, contra 32% da média histórica e 28% no mesmo período do ano anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.