15/Oct/2025
O Itaú BBA avalia que o óleo de soja deve continuar ganhando importância na rentabilidade da indústria de esmagamento nos próximos meses, respondendo por quase metade do lucro do setor. O movimento reflete a demanda firme das usinas de biodiesel, mas as margens das indústrias podem diminuir se o grão voltar a subir com mais força que o derivado. Em setembro, o óleo representou 49% da margem das indústrias, contra 38% no mesmo mês do ano passado. Essa nova composição deve se manter como padrão, com menor diferença de receita entre óleo e farelo. A valorização do óleo no Brasil, superior a 5% em 2025, tem sido sustentada pelo bom desempenho do biodiesel, que mantém margens positivas e consumo elevado.
O ritmo de esmagamento segue forte, impulsionado pela mistura obrigatória de 15% de biodiesel ao diesel comum (B15). Esse volume maior de processamento mantém o mercado bem abastecido de farelo, limitando espaço para altas. Em Mato Grosso, o óleo de soja subiu 4,3% em setembro, para R$ 6.489,00 por tonelada. Em Rondonópolis, o farelo teve alta mais modesta, de 1,5%, a R$ 1.503,00 por tonelada. Embora a China siga comprando soja brasileira em ritmo firme, a ausência de um acordo comercial com os Estados Unidos pode prolongar a incerteza sobre os preços internacionais. Se o grão continuar se valorizando, o custo das indústrias pode subir, reduzindo a margem de esmagamento e o volume de óleo disponível para o mercado interno.
No cenário global, o aumento do processamento e a redução temporária do imposto de exportação na Argentina devem manter o mercado bem abastecido. Em setembro, o farelo caiu 1% na Bolsa de Chicago, para US$ 279,80 por tonelada, e o óleo recuou 5,2%, para 50,50 centavos de dólar por libra-peso, acompanhando a queda do petróleo. O desempenho do setor nos próximos meses vai depender do equilíbrio entre a cotação da soja e o consumo interno de biodiesel. Caso o grão volte a subir com força, a indústria pode enfrentar margens mais apertadas mesmo com o bom momento do óleo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.