14/Oct/2025
Segundo a AgResource, o preço da soja na Bolsa de Chicago pode recuar para US$ 9,40 por bushel se a China não retomar as compras dos Estados Unidos até o fim de outubro ou início de novembro. O alerta ocorre em meio à nova escalada da disputa comercial entre Estados Unidos e China. No domingo (12/10), o presidente norte-americano, Donald Trump, tentou acalmar os mercados, após as fortes quedas na sexta-feira (10/10), afirmando que "vai ficar tudo bem" com a China e que o presidente Xi Jinping "teve um momento ruim". A declaração veio após a China anunciar taxa de US$ 52,00 por tonelada sobre embarcações com participação norte-americana e os Estados Unidos confirmarem medida equivalente para navios ligados à China. As tarifas passam a valer a partir desta terça-feira (14/10), ampliando as tensões às vésperas da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), prevista para o fim do mês na Coreia do Sul.
Entre a taxa norte-americana e a chinesa, o mercado de embarcações está de cabeça para baixo. O maior impacto será em petroleiros e GNL, mas até graneleiros podem ser afetados, algo como 10% a 12% da frota. A China sinalizou que não pretende recuar e reafirmou que "não quer guerra comercial, mas não tem medo de uma". Dados da alfândega mostram que o gigante asiático importou quase 13 milhões de toneladas de soja em setembro, o que indica estoques confortáveis. As compras chinesas de produtos norte-americanos caíram cerca de 27% nos últimos meses, o que reduz o peso do mercado dos Estados Unidos na pauta de importações. A leitura do mercado ficou difícil nos últimos dias. Foram dias incrivelmente caóticos, com ideias ficando obsoletas em minutos. Houve volatilidade na sexta-feira (10/10) e recuperação nesta segunda-feira (13/10), mas ainda dentro de faixas de negociação.
Há dois vetores de risco no curto prazo: a política comercial entre Estados Unidos e China e o clima na América do Sul. No campo, a colheita de soja nos Estados Unidos está próxima do fim em várias áreas do Meio Oeste, e os produtores começam a voltar para o milho nesta semana. Novembro concentra pagamentos de arrendamento e insumos, o que pode forçar vendas. Se o governo não reabrir nos próximos dez dias, os produtores venderão mais milho do que soja. O governo norte-americano está fechado desde 1º de outubro por um impasse orçamentário. Na América do Sul, o tempo favorece o plantio. O Brasil deve receber chuvas em boa parte do território nesta semana, com temperaturas abaixo da média. Na próxima semana, a Argentina volta a receber precipitações. Em Mato Grosso, o plantio da soja alcançou 21% da área, o segundo maior ritmo da série histórica. Não há problemas relevantes hoje. As safras avançam rapidamente na América do Sul. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.