13/Oct/2025
Com o foco voltado às atividades de campo envolvendo a temporada 2025/2026, parte dos produtores brasileiros está afastada das negociações de lotes para entrega no mercado spot. Esse comportamento eleva os valores domésticos da oleaginosa e sustenta os prêmios de exportação no Brasil. Vendedores nacionais têm expectativas de que a demanda da China por commodities brasileiras cresça no último trimestre deste ano, fundamentados nas incertezas na relação comercial entre Estados Unidos e o país asiático. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a China foi destino de 6,77 milhões de toneladas de soja brasileira em setembro, volume recorde para o mês. Do lado da demanda, as indústrias esmagadoras do País estão bastante ativas nas compras de soja, mas muitas já indicam ter dificuldades na aquisição de novos lotes no spot. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,2%, cotado a R$ 136,72 por saca de 60 Kg.
A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 131,95 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 1,6% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A valorização do dólar frente a uma cesta de moedas também atraiu consumidores estrangeiros para o Brasil. Os preços do farelo de soja também estão em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela forte demanda externa. O derivado apresenta valorização de 0,3% nos últimos sete dias. Segundo a Secex, os embarques brasileiros de farelo de soja cresceram 9,14% de agosto para setembro e 19,12% em um ano, somando 2,78 milhões de toneladas escoadas no último mês, o maior volume desde maio de 2025 e o maior para setembro desde 2002. A Tailândia foi o principal destino das exportações no período. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil escoou volume recorde de 17,43 milhões de toneladas de farelo de soja.
Por outro lado, os consumidores domésticos estão cautelosos nas aquisições, diante da expectativa de excedente elevado no mercado nacional, o que limitou o ritmo de alta no preço interno. Após registrar significativas elevações, os preços do óleo de soja estão em baixa no mercado nacional. Parte dos consumidores havia se abastecido para médio prazo nas semanas anteriores e, nos últimos dias, esteve ausente das negociações. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) tem baixa de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 7.455,24 por tonelada. Além disso, as exportações de óleo de soja diminuíram 61,8% entre agosto e setembro e 28,6% em relação a setembro/2024, somando apenas 57,93 mil toneladas em setembro, o menor volume desde fevereiro de 2024 (22,61 mil toneladas). Com previsão de chuvas para as principais regiões produtoras de soja, os produtores intensificaram a semeadura da safra 2025/2026 na semana passada. Alguns municípios das Região Sul e Sudeste foram favorecidos por precipitações, enquanto na Região Centro-Oeste, as chuvas podem ocorrer com mais intensidade nos próximos dias, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec).
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a semeadura da soja alcançou 8,2% da área nacional até o dia 4 de outubro. Entre as regiões, a semeadura atinge 26% no Paraná (4% acima do registrado há um ano), 15,6% em Mato Grosso (bem mais adiantada que na safra passada, quando estava em 3,7%) e 3% em São Paulo (1% acima do ano passado). Minas Gerais e Goiás também iniciaram a semeadura, ainda de forma lenta, em linha com o registrado há um ano. Os valores futuros da soja e do farelo são pressionados pela baixa demanda. As cotações do óleo de soja são impulsionadas pela firme procura por parte do setor de biodiesel dos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2025 da soja registra desvalorização de 0,1% nos últimos sete dias, a US$ 10,22 por bushel. Para o farelo, o vencimento Outubro/2025 apresenta recuo de 0,6% no mesmo período, a US$ 297,29 por tonelada. O contrato Outubro/2025 do óleo de soja tem alta de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 1.110,68 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.