13/Oct/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa na sexta-feira (10/10), com o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifa adicional de 100% a partir de 1º de novembro sobre produtos da China, em resposta ao que classificou como um movimento "hostil" do governo chinês para restringir exportações de terras raras. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 15,50 cents (1,52%), e fechou a US$ 10,06 por bushel. Na semana passada, acumulou perda de 1,11%. Quanto ao encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, previsto para ocorrer no fim do mês durante a reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul, Trump afirmou "não haver motivo para tal" diante da nova postura da China.
As declarações de Trump parecem diminuir as chances de que os dois países cheguem em breve a um acordo comercial, algo que vem sendo bastante aguardado por produtores de soja dos Estados Unidos. Até agora, a China ainda não comprou soja da nova safra dos Estados Unidos, algo inédito em mais de 25 anos. A American Farm Bureau Federation (AFBF), principal entidade representativa dos agricultores e pecuaristas dos Estados Unidos, enviou na semana passada uma carta ao presidente Donald Trump alertando para a gravidade da crise no campo e pedindo medidas emergenciais de apoio ao setor. A entidade pediu a autorização de pagamentos emergenciais ainda em 2025 para cobrir as lacunas de renda no setor.
Também cobrou outras ações, como o fortalecimento e a aplicação efetiva de acordos comerciais, apoio à produção e consumo de biocombustíveis e revisão de custos de insumos agrícolas. O mercado também foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o Real e pela queda do petróleo. A alta da moeda norte-americana tende a estimular as exportações brasileiras, enquanto o recuo do petróleo faz com que refinarias tenham menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja, que caiu cerca de 2%, é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) afirmou que o Brasil deverá embarcar 7,1 milhões de toneladas de soja em outubro, alta de 60,6% em relação aos 4,43 milhões de toneladas de igual mês do ano passado. O volume supera levemente o registrado em setembro, de 6,97 milhões de toneladas.