13/Oct/2025
Segundo a StoneX, o avanço das exportações de soja na América do Sul em setembro reforçou a pressão sobre a competitividade dos Estados Unidos no mercado global. Os embarques combinados do Brasil e da Argentina cresceram entre 2,4 milhões e 2,6 milhões de toneladas em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto a demanda norte-americana segue enfraquecida. A Argentina foi o destaque, com 2,3 milhões a 2,5 milhões de toneladas exportadas, ante apenas 300 mil toneladas em setembro do ano passado. Cerca de 95% desse volume teve como destino a China. O salto ocorreu após o governo argentino suspender temporariamente o imposto de exportação sobre a soja, o que incentivou as indústrias a venderem farelo e óleo ao exterior e a recomprar grãos no mercado interno.
Essa demanda antecipada deve levar a estoques muito mais apertados no início de 2026, restringindo o esmagamento e as exportações. Entre setembro de 2025 e março de 2026, as exportações argentinas devem somar 7,2 milhões de toneladas, ante 600 mil toneladas no mesmo período anterior. O esmagamento deve cair cerca de 1 milhão de toneladas, para 23,15 milhões. Para compensar a escassez de grãos, a Argentina deve importar soja do Paraguai no primeiro trimestre de 2026. No Brasil, os embarques também se mantiveram firmes, com 6,5 milhões de toneladas embarcadas entre 1º e 29 de setembro, contra 6,1 milhões em todo o mês de 2024. Esse aumento dos embarques sul-americanos continua a limitar o potencial de exportação dos Estados Unidos e mantém a oferta global relativamente equilibrada, apesar da demanda incerta.
Para a safra 2025/2026, a StoneX projeta produção brasileira de 178,6 milhões de toneladas, 0,3% acima da estimativa de setembro e mais de 5% superior ao ciclo anterior. Na Argentina, a LSEG Research and Insights prevê produção de 47,4 milhões de toneladas, queda de quase 7% em relação à temporada anterior, enquanto a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projeta 48,5 milhões de toneladas, ante 50,3 milhões no ciclo passado. A área semeada deve ficar em 16,7 milhões de hectares, ligeiramente abaixo da estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A redução reflete o deslocamento de área para milho e trigo, diante do risco climático associado ao La Niña, que pode trazer tempo quente e seco nos estágios críticos da soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.