08/Oct/2025
Segundo a Hedgepoint Global Markets, a produção brasileira de soja deve atingir 178 milhões de toneladas na safra 2025/2026, crescimento de 3,7% em relação ao ciclo anterior, de 171,6 milhões de toneladas. Se confirmada, será a maior safra da história do País. A área cultivada foi projetada em 48,240 milhões de hectares, expansão de 1,2% ante a temporada 2024/2025, acréscimo de aproximadamente 562 mil hectares. A produtividade média foi estimada em 3.690 quilos por hectare, ou 61,5 sacas de 60 Kg por hectare, avanço de 2,5% sobre a safra passada. Apesar de um novo avanço da área brasileira, o crescimento esperado aponta para o menor avanço da área em muitos anos.
Tal fato deve ocorrer devido à diminuição da margem de lucro dos produtores brasileiros registrada desde a safra passada, derivada de preços médios menores e de um aumento dos custos de produção. O aumento dos custos deve levar a menor uso de fertilizantes e defensivos. O que aumenta o risco de redução de produtividades caso o clima não seja favorável na maior parte do desenvolvimento das lavouras. O incremento esperado na produtividade deriva da recuperação das lavouras do Rio Grande do Sul, após perdas em 2024/2025. Em contrapartida, a Hedgepoint estima redução de produtividades em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, onde os níveis de 2024/2025 ficaram acima das expectativas.
Não se descarta, porém, a superação das altas produtividades. Se ocorrer, pode levar a safra brasileira a superar a marca de 180 milhões de toneladas. Tudo depende do clima. O desenvolvimento da safra deve ser influenciado pelo fenômeno climático La Niña, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que estima 71% de probabilidade de o evento ocorrer entre outubro e dezembro de 2025. O padrão tende a favorecer o Centro-Norte, com chuvas normais ou acima da média, e a reduzir precipitações na Região Sul. Se o fenômeno for forte, a produção recorde estará em risco. As previsões atuais indicam La Niña fraco.
As exportações devem atingir 112 milhões de toneladas em 2026, novo recorde, com maior demanda chinesa. É importante acompanhar as negociações entre Estados Unidos e China, pois um acordo comercial pode impactar os embarques brasileiros. O consumo interno foi projetado em 63 milhões de toneladas, alta de 2%, impulsionado pelo aumento da mistura de biodiesel para B15 e pelo provável aumento das exportações de carnes em 2026. Por ser ano eleitoral, o aumento previsto de B15 para B16 pode não ocorrer. Os estoques finais devem crescer para 8,8 milhões de toneladas, alta de 66%. É possível haver pressão negativa nos preços brasileiros, especialmente durante a colheita, o que merece atenção da ponta vendedora. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.