06/Oct/2025
Segundo a AgResource, a ajuda anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos agricultores norte-americanos, estimada entre US$ 10 bilhões e US$ 14 bilhões, pode levar até dezembro ou início de 2026 para chegar aos produtores. Fontes indicam ausência de mecanismos para tornar viável o pagamento no curto prazo, situação agravada pela paralisação do governo federal. Se a ideia é usar essa ajuda para financiar a armazenagem da safra, vai levar muito mais tempo do que o esperado para esse dinheiro chegar aos agricultores. O governo dos Estados Unidos dispõe de apenas US$ 3 bilhões em um fundo emergencial para a agricultura, a Commodity Credit Corporation, montante insuficiente para cobrir a ajuda prometida. Uma alternativa seria recorrer às tarifas aplicadas sob a Seção 301, mas qualquer repasse desse tipo dependeria de aprovação do Congresso. Com o governo fechado desde 1º de outubro, serviços e anúncios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tiveram impacto, o que atrasa a busca por soluções.
A notícia saiu porque Trump quer mostrar à China que o governo dos Estados Unidos apoia o agricultor norte-americano. Mas, também nos diz que o governo não está otimista de que um acordo será fechado com a China. Reduzir as tarifas efetivas de cerca de 34% aplicadas pela China sobre a soja dos Estados Unidos exigiria a retirada de tarifas norte-americanas sobre o fentanil, que geram cerca de US$ 90 bilhões por ano ao Tesouro. Seriam destinados entre US$ 10 bilhões e US$ 14 bilhões aos agricultores. Mas, os Estados Unidos vão arrecadar US$ 90 bilhões com tarifas sobre o fentanil. Isso significa que talvez a guerra comercial continue e a China não seja compradora no curto prazo. A possibilidade de um acordo nos moldes da Fase 1, firmada em 2020, que previa compras em valores predeterminados de produtos norte-americanos é improvável. Um acordo com a China este ano não vai se parecer com o da Fase 1. Isso está fora da mesa. A paralisação do governo suspendeu a divulgação de dados oficiais do USDA e ampliou o peso dos padrões técnicos na formação de preços.
A soja subiu US$ 0,10 por bushel na semana passada, enquanto o milho recuou US$ 0,01 por bushel e o trigo caiu US$ 0,03 por bushel, com oscilações ditadas pelas médias móveis de 20 e 100 dias, que funcionaram como suporte e resistência. O anúncio de Trump levou a soja de volta a US$ 10,23 por bushel no dia 2 de outubro, após a oleaginosa ter testado mínimas no início da semana passada. Esse US$ 10,23 a US$ 10,30 por bushel pode ser a resistência. A expectativa é de aumento nas vendas no mercado físico. A AgResource destacou a melhora nas previsões de chuvas no Brasil. As precipitações virão no momento certo e vão ajudar a consolidar a safra brasileira. Com ciclo médio de 100 dias, a soja plantada no início de outubro poderá ser colhida a partir da segunda quinzena de janeiro, garantindo oferta para exportação e permitindo o plantio do milho 2ª safra de 2026 dentro da janela ideal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.