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03/Oct/2025

EUA: ausência da China seguirá pressionando preço

Segundo a AgResource, a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de discutir comércio agrícola com Xi Jinping no dia 31 de outubro não altera, por ora, o quadro de ausência da China nas compras de soja dos Estados Unidos. Outubro "já está perdido" como mês de vendas para os Estados Unidos. A reunião citada por Trump está prevista para ocorrer à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Malásia. É preciso se preparar para a possibilidade de que nada seja feito em relação à demanda chinesa por soja. Até o momento, a China não sinalizou retomada de compras dos Estados Unidos no curto prazo. O calendário pesa. Cada semana sem negócios com a China reduz as chances de embarques dos Estados Unidos, cuja janela de exportações normalmente se encerra no fim de janeiro. A AgResource estima vendas finais de 32,6 milhões de toneladas no ciclo 2025/2026, volume considerado baixo.

Nos estados do norte do país, que dependem do escoamento pelo Pacífico, os produtores já recebem US$ 1,40 por bushel a menos que a cotação da Bolsa de Chicago. É uma situação realmente difícil e algo precisa ser feito. O fluxo de informações segue prejudicado pelo fechamento parcial do governo dos Estados Unidos. O tradicional relatório semanal de exportações não foi publicado e o levantamento mensal de oferta e demanda, previsto para 9 de outubro, também deve ser adiado. Na última paralisação prolongada, os dados demoraram até seis semanas para voltar ao normal. Até lá, o mercado deve se orientar por estimativas privadas, dados de logística e ritmo efetivo dos embarques. Pelo lado da oferta, os primeiros relatos de campo apontam para uma safra cheia nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pode ter subestimado a produtividade da soja em cerca 67 quilos por hectare. A StoneX divulgou nesta semana estimativa recorde de 3,6 toneladas por hectare. No curto prazo, o clima tem ajudado o avanço da colheita nos Estados Unidos.

Mesmo com tempo mais seco a leste do Rio Mississippi, as condições favorecem os trabalhos. Em relação aos preços, é preciso manter cautela. O comentário de Trump provocou ajustes momentâneos no mercado, mas sem compras efetivas da China não há sustentação. O mercado precisa ver compras efetivas da China. Até lá, a pressão sobre os preços vai continuar. Os produtores devem aproveitar eventuais altas para vender gradualmente, em vez de esperar uma mudança estrutural baseada apenas em sinalizações políticas. Há expectativa de anúncios do governo norte-americano voltados a produtores de soja prejudicados pela ausência da China, com medidas financeiras em estudo, ainda sem detalhes oficiais. Qualquer apoio desse tipo não substitui a recomposição das exportações ao maior importador global. A leitura central permanece: janela curta para a soja norte-americana, safra grande nos dois hemisférios e necessidade de prova concreta de demanda chinesa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.