02/Oct/2025
Segundo a StoneX, o abastecimento de diesel no Brasil pode ser impactado pelas novas medidas adotadas pela Rússia, após ataques de drones ucranianos a refinarias. A preocupação cresce porque outubro marca o pico da demanda doméstica de diesel B, puxada pelo plantio da soja. Na terça-feira (30/09), a Rússia anunciou novas restrições a pequenos exportadores de diesel e prorrogou, até dezembro, a suspensão das exportações de gasolina. Se os embarques russos permanecerem restritos, o sucesso da safra dependerá da capacidade de o Brasil ampliar compras no Oriente Médio e na Ásia, como já ocorreu em meses recentes, para compensar a falta do produto russo.
A medida acendeu o sinal de alerta entre investidores quanto à capacidade de a Rússia, segunda maior fornecedora global da commodity, atrás apenas dos Estados Unidos, manter o fluxo de cerca de 642 mil barris diários, o equivalente a 36% de sua produção, num cenário de estoques já baixos na Europa e na Ásia antes do inverno no Hemisfério Norte. A decisão tomada pela Rússia, ainda que direcionada para pequenos exportadores, gera uma escalada dos receios entre os investidores em relação à capacidade da Rússia de manter os fluxos de diesel para outras regiões do mundo, gerando expectativas de um balanço global de curto prazo mais apertado, especialmente em um contexto de estoques mundiais, principalmente na Europa e na Ásia, menores em relação a anos anteriores. As preocupações também se estendem ao Brasil.
Dados mostram que 1,5 milhão de metros cúbicos (m³) de diesel chegaram ao País em setembro, 29% provenientes da Rússia. Para outubro, cerca de 503 mil m³ de diesel foram rastreados para desembarque, oriundos da Índia (282 mil m³), Emirados Árabes Unidos (115 mil m³) e Estados Unidos (106 mil m³), sem volume russo programado, o que evidencia, por ora, a capacidade brasileira de buscar volumes em outras origens, já que a oferta russa vinha diminuindo há meses. Embora o mercado brasileiro tenha visto queda recorrente da participação russa nas cargas de diesel que chegam ao País, persiste a preocupação com a diversificação global de fornecedores, em meio a estoques reduzidos e à expectativa de aumento sazonal do consumo no Hemisfério Norte, sobretudo no último trimestre do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.