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30/Sep/2025

Brasil: desafios para safra de soja em 2025/2026

A Biond Agro avalia que a perspectiva de o Brasil colher uma safra recorde de soja em 2025/2026 exige cautela. É preciso analisar os custos de insumos, as oscilações cambiais, os gargalos logísticos e os riscos meteorológicos. É uma safra que carrega grande potencial, mas ainda muito condicionada a fatores externos. O Brasil consolidou sua liderança global, mas os desafios permanecem, especialmente frente às mudanças climáticas e à pressão de custos. Segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção pode alcançar 175 milhões de toneladas.

A alternância entre os fenômenos naturais El Niño e La Niña tem histórico de impacto decisivo nos ciclos de colheita. Enquanto o primeiro favorece mais o a Região Sul do País com chuvas, por outro lado prejudica o Centro-Norte com períodos prolongados de seca. O segundo inverte o padrão, aumentando o risco de estiagens no Rio Grande do Sul e beneficiando regiões como o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O ponto-chave está na distribuição das chuvas ao longo do ciclo. A produtividade brasileira depende da regularidade das precipitações em fases críticas como plantio, floração e enchimento dos grãos.

Essa variável segue sendo o maior risco e o fator determinante para o desempenho da safra 2025/2026. A pressão de custos, especialmente sobre fertilizantes, defensivos e frete, reduziu o ritmo de expansão da área cultivada. Esse fator tem levado produtores a rever investimentos em sementes de maior valor agregado ou adubação de manutenção, o que pode limitar ganhos de produtividade. Quando o custo dos insumos cresce em ritmo mais acelerado que o valor da soja, o produtor se torna mais conservador. Isso se traduz em menor investimento por hectare e até mesmo em atrasos no plantio em algumas regiões.

O fluxo internacional da soja brasileira segue favorecido pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, que tem direcionado recordes de exportações brasileiras para o mercado asiático. Mesmo em cenário de grande oferta, os estoques globais permanecem relativamente apertados, o que coloca o desenvolvimento da safra brasileira como ponto de atenção do mercado internacional. Isso reforça a volatilidade das cotações e amplia a sensibilidade a qualquer revés climático. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.