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30/Sep/2025

Vale do Araguaia é nova fronteira agrícola em GO

O Vale do Araguaia, na região norte de Goiás, está sendo considerado a nova fronteira agrícola do Estado. Apesar de representar pouco mais de 2% da produção estadual, desde 2019, a região vem registrando crescimento de cerca de 35% ao ano. Segundo levantamento do Instituto Mauro Borges (IMB), essa expansão representa sete vezes a alta de produção verificada no restante do Estado. Um aspecto singular do Vale do Araguaia é a produção em áreas degradadas de pastagem. Isso faz com que a produção seja caracterizada pela sustentabilidade. O Vale do Araguaia não só respeita o Código Florestal. Ele tem as APPs (Áreas de Preservação Permanentes), reserva legal, mas também ajuda a recuperar o meio ambiente, gerando créditos de carbono.

Para cada hectare de terra degradada recuperada, estima-se geração anual entre 140 e 200 créditos de carbono. São 200 toneladas de carbono capturadas nas áreas de pastagem do Vale do Araguaia convertidas em lavouras. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-GO) acredita que o Vale do Araguaia possua entre 3,5 e 4 milhões de hectares em condição de recuperação. Porém, é modesta em suas perspectivas. Considerando uma projeção mais modesta, cerca de 1,5 milhão a 2 milhões de hectares seriam de solos mais aptos ao plantio. Trabalhando com essa base de 2 milhões de hectares, nos próximos 8 a 10 anos seria possível implementar uma produção contínua que poderia resultar em incremento de 5 a 10 milhões de toneladas de soja nessas mesmas áreas.

No entanto, ele enfatizou que esse não é um "número sólido", uma vez que a produção agrícola depende do clima, entre outros fatores. Para o IMB, o potencial produtivo do Vale do Araguaia aponta que, no médio prazo, a região pode ampliar em pelo menos 50% sua área agricultável, o que representaria um acréscimo de cerca de 150 mil toneladas de grãos por ano à safra de Goiás. Assim como em algumas regiões produtoras, o avanço da produção no Vale do Araguaia enfrenta alguns gargalos de infraestrutura e logística. Atualmente, a área passa por uma grande dificuldade na distribuição de energia, impedindo, por exemplo, a utilização de pivôs de irrigação.

Levantamento do IMB apontou que o Vale do Araguaia lidera o índice de necessidade de investimentos em infraestrutura elétrica em Goiás. Cada Real aplicado em energia na região tem potencial de gerar um retorno produtivo significativamente maior do que em outras áreas do Estado. Apesar dos desafios, que vão da escassez de energia elétrica à falta de infraestrutura de escoamento e endividamento em decorrência de perdas em safras anteriores, os produtores escolheram o Vale do Araguaia para celebrar o início da nova safra. No ciclo anterior (2024/2025) o Estado colheu 20,4 milhões de toneladas de soja, com crescimento de 21,4% em relação à safra anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento.

A produtividade foi recorde: 4,1 toneladas de soja por hectare, alta de 18,4% frente à safra anterior. Atualmente, Goiás é o terceiro maior produtor nacional de grãos, atrás de Mato Grosso e Paraná. Para a temporada 2025/2026, as perspectivas seguem positivas, mas com ressalvas quanto ao clima. Segundo a Aprosoja-GO, nos últimos dias houve uma rodada de chuvas esparsas no Estado. Algumas regiões pegaram um pouco mais; outras, menos. Então, os produtores já ficam com muita vontade de soltar o plantio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.