26/Sep/2025
Segundo o Itaú BBA, a perspectiva para o mercado de soja é de balanço global de oferta e demanda equilibrado em 2025/2026. A safra norte-americana da oleaginosa é menor, porém, a projeção é de novo recorde para a safra do Brasil, com potencial acima de 175 milhões de tonelada. Os preços futuros para 2026 até mostram alguma reação ante a média de 2025, cerca de 3% maiores, mas é possível que essa valorização seja amenizada ou até revertida caso a safra brasileira se desenvolva bem e caminhe para o recorde esperado. A área cultivada no Brasil deve crescer em ritmo inferior ao registrado nas últimas safras, mas ainda assim apresentará expansão. A produtividade tende a retornar ao nível médio, em torno de 3,6 toneladas por hectare, levemente abaixo do observado na safra 2024/2025. O ponto de atenção fica para o desenvolvimento da La Niña, que já está ocorrendo, e os impactos que podem surgir no clima para a safra de verão (1ª safra 2025/2026).
O cenário base atual é de clima, no geral, benéfico para o desenvolvimento da safra no Brasil, com as chuvas já ocorrendo nas áreas de produção, panorama diferente (e melhor) que o observado no ano passado, que deve resultar em plantio em período adequado. Esse panorama indica situação favorável para a safra, mas, caso a La Niña se fortaleça e resulte em chuvas abaixo da média para a Argentina, pode haver reação positiva na Bolsa de Chicago, porém, esse não é o cenário base. A possibilidade de um acordo entre Estados Unidos e China que envolva a compra de grãos norte-americanos também pode dar algum suporte para Bolsa de Chicago, mas os prêmios no Brasil apresentariam queda, podendo até mesmo anular o efeito positivo em Chicago. Vale ressaltar que o prazo para as compras de soja dos Estados Unidos por parte da China está ficando cada vez mais curto e o país asiático tem se abastecido com soja de Brasil e Argentina.
Até o momento, as conversas entre ambos os países têm acontecido, mas nada que aponte para o comércio de grãos, o que acaba pesando sobre os preços. A falta de demanda chinesa pelo grão dos Estados Unidos leva as exportações do país da safra 2025/2026 ao pior início das últimas seis safras, considerando o que foi vendido até setembro. A expectativa de um encontro entre os dois presidentes entre o fim de outubro/início de novembro, pode trazer alguma novidade sobre o assunto. O ano de 2026 pode trazer alta volatilidade na taxa de câmbio e outros preços de ativos em função da leitura dos mercados sobre riscos fiscais. Será de especial importância a percepção sobre a probabilidade de o País realizar reformas à frente, visando a redução do gasto público e a contenção da dívida pública. Para o fim de 2026, o Real pode ficar significativamente mais apreciado caso haja perspectiva crescente de um ajuste fiscal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.