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26/Sep/2025

Óleo de Palma: parceria BB-Natura na Amazônia

O Banco do Brasil e a Natura assinaram convênio para financiamento de R$ 50 milhões em projetos de sistemas agroflorestais (SAF) na região norte do País. A parceria foi firmada durante a Semana do Clima em Nova York. O objetivo é recuperar 12 mil hectares de floresta, com potencial de R$ 2 bilhões em financiamento. O objetivo da parceria é levar escala aos projetos de SAF envolvendo o cultivo de dendê na Amazônia Legal, na região de Tomé Açu, no Pará. Do dendê, é extraído o óleo de palma, utilizado em alimentos e em cosméticos produzidos pela Natura. A iniciativa visa o uso sustentável do solo, com foco na conservação de recursos naturais e ainda em geração, manutenção e diversificação de renda para agricultores familiares.

Natura, Embrapa e a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açu (Camta) já desenvolvem desde 2008 o Projeto SAF Dendê na região, com a implantação de sistema agroflorestal em uma área de 650 hectares com o cultivo consorciado na mesma área de dendê, cacau, açaí, mandioca e pimenta. Este plantio consorciado com outras espécies gera benefícios sociais, econômicos e ambientais, como reflorestamento de áreas degradadas, aumento da produtividade, resiliência climática e melhoria da qualidade do solo, segundo apontam estudos da Embrapa, que indicam ainda o manejo agroecológico como fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa associados à cadeia produtiva do dendê.

O sistema agroflorestal possibilita diversificação da renda ao longo do ano ao agricultor familiar, o que pode gerar aumento de cerca de 40% na renda quando comparado ao monocultivo (cultivo de apenas uma espécie por área). É um sistema que pode contribuir para o sequestro de carbono, e o manejo agroecológico é fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa. Estes modelos agroflorestais são altamente replicáveis e integram a estratégia do Banco do Brasil para o financiamento à sociobioeconomia. O Banco do Brasil alcançou neste ano carteira de R$ 2 bilhões em crédito voltado à sociobioeconomia na região amazônica.

Na prática, cooperativas e associações fornecedoras da Natura terão auxílio ao acesso ao crédito para custeio das atividades do ciclo produtivo, recuperação de áreas e aquisição de equipamentos com prestação de assistência técnica vinculada. O projeto deve alcançar as 46 comunidades produtoras que atuam na cadeia da Natura, com impacto em mais de 10 mil famílias. O objetivo de longo prazo é ter 100% de blend de óleo de palma vindo de práticas regenerativas. O foco é fortalecer parcerias, envolver novos agricultores e captar investimento de forma a beneficiar não só a Natura, mas toda a cadeia de palma. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.