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24/Sep/2025

Preços da soja recuam no Brasil com baixa do dólar

No mercado interno de soja, os preços registraram nova queda entre R$ 1,00 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta terça-feira (23/09). O dólar encerrou esta terça-feira (23/09) em queda firme ante o Real, novamente abaixo dos R$ 5,30, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que se reunirá na próxima semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elogiando o brasileiro. Os comentários de Trump, feitos durante discurso na Assembleia Geral da ONU, reduziram o temor no mercado de que os Estados Unidos adotem novas medidas econômicas contra o Brasil.

O dólar fechou em baixa de 1,11%, a R$ 5,27, na menor cotação de encerramento desde 6 de junho do ano passado, quando atingiu R$ 5,24. O aceno de Trump ao presidente brasileiro reduz as chances de novas medidas contra o Brasil. Não interessava ao mercado o resultado do julgamento de Bolsonaro em si, mas sim o que vinha depois disso. E ao que parece, a partir de agora as negociações com os Estados Unidos começam a ser mais sobre economia. O recuo firme da moeda norte-americana no Brasil ocorreu apesar de, no exterior, o dólar apresentar movimentos mais contidos e sinais mistos ante as demais divisas.

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que o Banco Central entrou agora em um "novo estágio" da política monetária que prevê taxa Selic em 15% por um longo período, para buscar a meta de inflação. O diferencial de juros, intensificado pelo corte da taxa nos Estados Unidos na semana passada e pela manutenção da Selic em 15%, tem sido citado pelos agentes como um dos motivos para o dólar ter se aproximado recentemente dos R$ 5,30.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam perto da estabilidade nesta terça-feira (23/09), após quatro sessões de perdas. O mercado foi influenciado em parte por uma piora da qualidade das lavouras nos Estados Unidos. O vencimento novembro da oleaginosa ganhou 1,00 cent (0,10%), e fechou a US$ 10,12 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 9% da safra tinha sido colhida, em comparação a 12% um ano antes e 9% na média de cinco anos. Esses fatores foram contrabalançados pela ausência de compras chinesas de soja norte-americana e pela suspensão temporária do imposto de exportação (retenciones) para grãos e derivados na Argentina.

Até agora, a China ainda não comprou soja da nova safra dos Estados Unidos, algo inédito em mais de 25 anos. Por causa dessa ausência, a atual projeção do USDA para exportações do país em 2025/2026, de 45,86 milhões de toneladas, pode estar superestimada em até 5,4 milhões de toneladas. Isso compensaria qualquer redução substancial no rendimento deste ano. De acordo com traders, importadores chineses adquiriram ao menos 10 carregamentos de soja da Argentina, de 65 mil toneladas cada, após o governo suspender as retenciones. Compradores chineses já reservaram 15 carregamentos do grão argentino.

Em São Paulo, na região de Campinas, a indicação de compra é de R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá (PR), para entrega em outubro e pagamento em novembro. Para a soja 2025/2026, a indicação é de R$ 132,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega em março e pagamento em abril de 2026. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, a indicação é de US$ 23,70 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em outubro e sem prazo de pagamento definido. Para a soja 2025/2026, os compradores indicam R$ 110,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em fevereiro e pagamento em março de 2026.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.