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24/Sep/2025

Acordo EUA-China e os riscos para Agro brasileiro

O telefonema entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, na última sexta-feira (19/09), marcou o primeiro diálogo direto entre os líderes desde junho. A comunicação contribuiu para avanços nas negociações sobre o TikTok, com os presidentes acordando termos básicos para a transferência do controle da rede social para empresários norte-americanos. A perspectiva de resolução da questão do TikTok remove um obstáculo significativo nas relações bilaterais. Além disso, os líderes concordaram em se encontrar pessoalmente durante a cúpula da APEC, na Coreia do Sul, prevista para o fim de outubro.

Esses desenvolvimentos sinalizam um momento positivo nas relações sino-americanas, mantendo viva a possibilidade de um acordo comercial amplo e sugerindo maior estabilidade entre as duas potências. Apesar do tom construtivo, o telefonema não produziu avanços concretos na redução de tarifas comerciais. Os Estados Unidos devem estender a trégua tarifária que expira em novembro, o que representaria mais um sinal positivo para um anúncio de acordo comercial em 2026. Entretanto, a questão do fentanil permanece como obstáculo central para a redução de tarifas, evidenciando a necessidade de negociações mais aprofundadas. A possibilidade de um acordo entre Estados Unidos e China representa risco para as exportações do agronegócio brasileiro ao mercado asiático.

Um eventual acordo comercial que inclua compromissos chineses de compra preferencial de produtos agrícolas americanos, como a soja, deve limitar o acesso brasileiro ao mercado importador chinês em comparação ao cenário atual de guerra comercial. Ainda assim, na prática, o acordo permitiria aos Estados Unidos recuperarem parte do mercado chinês disputado desde o início das tensões comerciais, sem necessariamente prejudicar a consolidada dependência chinesa das exportações brasileiras de soja. Por isso, independentemente de um acordo comercial entre as duas potências globais, o Brasil manterá e aprofundará suas relações comerciais com a China e demais parceiros globais, num contexto de alta incerteza política-comercial nos Estados Unidos. Fonte: Eurasia Group. Broadcast Agro.