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15/Sep/2025

Preços da soja estão estáveis no mercado interno

A participação do óleo de soja na margem de lucro da indústria de esmagamento praticamente se igualou à do farelo, configurando um cenário histórico. O movimento reflete o avanço da demanda pelo óleo brasileiro, sobretudo por parte do setor de biodiesel. Nos últimos dias, a disputa pelo óleo está ainda mais acirrada, já que as indústrias de biodiesel estão ampliando as compras no mercado interno. Esse segmento, em muitos casos, tem maior poder de negociação do que as indústrias alimentícias, por contar com vantagens tributárias em determinadas operações, como a isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra avanço de 3,4% nos últimos sete dias, a R$ 7.531,65 por tonelada, o maior patamar nominal desde 18 de novembro de 2024. Os preços do farelo de soja também estão firmes. Parte dos consumidores retomou as aquisições, e os valores oscilam entre as regiões. Na média, a alta é de 0,6% nos últimos sete dias.

Assim, a participação do farelo na margem da indústria passou a ser de 51% no dia 11 de setembro e a do óleo de soja atingiu 49%. Como comparação, a participação média do farelo no ano passado foi 62,2% e a do óleo, de 37,8%, considerando-se como base os preços da soja em grão, do óleo e do farelo no estado de São Paulo. No mesmo período, a chamada “crush margin” tem alta de 8,33%, chegando a R$ 495,70 por tonelada. O retorno financeiro da indústria em relação ao custo da soja avançou de 22,1% em 4 de setembro para 23,9% no dia 11 de setembro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo interno de derivados deve atingir recorde em 2025. Para o óleo de soja, estima-se consumo doméstico de 10,5 milhões de toneladas (+6,4% frente ao relatório de agosto) e de farelo, 19,5 milhões de toneladas (+0,7%). As exportações de óleo de soja também devem crescer em 2025, somando 1,4 milhão de toneladas (+2,4% sobre a estimativa anterior), sendo que, desse volume, 75,3% já foram embarcadas até agosto, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No caso do farelo, os embarques devem alcançar 23,6 milhões de toneladas, também recordes, mas, até agosto, apenas 65,2% desse volume havia sido escoado pelo Brasil. Para a soja grãos, a liquidez está mais lenta. A queda do dólar reduz a competitividade do produto brasileiro, ao mesmo tempo em que os estoques internos abundantes, conforme apontado nas novas estimativas da Conab, limitam reações nos preços. O estoque de passagem pode chegar a 10,29 milhões de toneladas em dezembro, 161,1% acima do projetado em agosto e 42,3% superior ao da temporada passada. O aumento está associado à revisão da safra 2024/2025, agora estimada pela Conab em 171,47 milhões de toneladas (+1% sobre o relatório anterior). As exportações devem atingir recorde de 106,6 milhões de toneladas (+0,4% frente ao relatório de agosto). Até agosto, 81,1% desse volume havia sido embarcado. O processamento doméstico também foi reajustado para o recorde de 58,62 milhões de toneladas (+2,7% sobre o relatório anterior).

Os produtores se preparam para a semeadura da temporada 2025/2026. No oeste do Paraná, o vazio sanitário se encerrou em 31 de agosto, e as primeiras lavouras foram implantadas. Em Mato Grosso, o período de vazio foi finalizado em 6 de setembro, mas, por ora, apenas áreas irrigadas estão sendo cultivadas. A maior parte dos agricultores segue aguardando melhores condições de umidade no solo para avançar com os trabalhos. Diante disso, as negociações no físico seguem lentas. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, se mantêm praticamente estável, cotado a R$ 141,04 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 135,37 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, os preços apresentam alta de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No front externo, o clima quente e seco nas principais regiões agrícolas dos Estados Unidos dá sustentação às cotações do grão, enquanto a forte demanda pelo farelo norte-americano também impulsiona os preços futuros deste derivado. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2025 da soja tem avanço de 0,3% nos últimos sete dias, cotado a US$ 10,15 por bushel. O contrato do farelo apresenta valorização de 3,2% no mesmo período, para US$ 317,79 por tonelada. O contrato do óleo registra recuo de 0,8% nos últimos sete dias, para US$ 1.120,38 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.