12/Sep/2025
No mercado interno de soja, os preços registraram leve queda de R$ 0,50 por saca de 60 Kg nesta quinta-feira (11/09). O dólar fechou a quinta-feira em queda no Brasil, indo abaixo dos R$ 5,40 no pela primeira vez desde meados de agosto, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após dados da inflação e do mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana. O dólar fechou em baixa de 0,30%, a R$ 5,39, abaixo de R$ 5,40 pela primeira vez desde 15 de agosto e na menor cotação desde 12 de agosto, quando atingiu R$ 5,38. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, depois de aumentar 0,2% em julho.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos somaram 263 mil na semana passada, acima da expectativa, em um novo sinal de piora nas condições do mercado de trabalho. Após a divulgação dos números, o dólar perdeu força ante as demais divisas, incluindo o Real, e os rendimentos dos Treasuries despencaram. Mais do que o CPI, a alta dos pedidos de auxílio-desemprego reforçou a percepção de enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e de corte iminente dos juros pelo Federal Reserve. Os investidores estiveram atentos à continuação do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, que formou maioria para condenar Bolsonaro por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. A condenação de Bolsonaro era largamente esperada no mercado, que agora segue monitorando eventual nova medida de retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, este sim um fator com potencial para mexer nos ativos.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quinta-feira (11/09). Traders ajustaram posições antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta sexta-feira (12/09). O recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também deu algum suporte aos preços. O vencimento novembro da oleaginosa ganhou 8,25 cents (0,80%), e fechou a US$ 10,33 por bushel. A expectativa de uma menor área plantada na Argentina foi outro fator de suporte para as cotações. Dados semanais de vendas externas dos Estados Unidos vieram dentro da expectativa do mercado. A China, novamente, não apareceu entre os principais compradores, pelo menos de forma explícita. Há rumores que importadores chineses compraram cerca de 7,4 milhões de toneladas de soja, principalmente da América do Sul, para embarque em outubro, cobrindo 95% da demanda da China projetada para o mês. Nesta época do ano passado, os compradores chineses tinham encomendado entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos para envio entre setembro e novembro.
No Paraná, na região de Maringá, os compradores indicam entre R$ 141,00 e R$ 142,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, para entrega em setembro e pagamento em 4 de outubro. Para o mercado interno, os compradores indicam R$ 130,00 por saca de 60 Kg CIF com acréscimo de ICMS, para entrega imediata e pagamento em 45 dias. Para a safra 2025/2026, tradings indicam entre R$ 132,00 e R$ 137,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em fevereiro e pagamento em março. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os compradores indicam R$ 127,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em setembro e pagamento no fim de outubro. No imediato, a indicação é de R$ 124,00 por saca de 60 Kg. Para safra 2025/2026, tradings indicam R$ 113,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em fevereiro e pagamento em março ou abril, e R$ 116,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em abril e liquidação em maio.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.