11/Sep/2025
Segundo a AgResource, as tensões entre Estados Unidos e China seguem ditando o mercado de soja e mantêm o Brasil em vantagem. As tarifas sobre a oleaginosa dos Estados Unidos estão em cerca de 23% e os Estados Unidos não estão vendendo para a China. A soja brasileira está hoje pouco mais de US$ 1,00 por bushel acima da norte-americana. A tarifa aplicada pela China sobre os Estados Unidos equivale a US$ 2,50 por bushel. Para que a China voltasse a comprar soja dos Estados Unidos, esse diferencial teria de chegar perto de US$ 2,75 por bushel. No início desta semana, a China comprou soja brasileira para embarque em novembro e provavelmente repetiria a operação. O movimento reforça a preferência dos chineses pelo grão do Brasil até o fim do ano. Com as colheitas cada vez maiores, as vendas avançam sobre a safra dos Estados Unidos. Só quando o Brasil tem safra pequena é que os Estados Unidos conseguem aproveitar a janela de setembro a novembro para vender à Ásia.
Essa mudança é estrutural e não vai desaparecer hoje, nem no próximo ano. O ambiente político nos Estados Unidos adiciona incertezas. A proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de até 100% contra China e Índia pelas compras de petróleo russo apenas reforça o isolamento do produto dos Estados Unidos no mercado chinês. Sobre os preços da oleaginosa na Bolsa de Chicago, a pressão deve se estender até a colheita nos Estados Unidos. Em algum momento entre outubro e o fim de novembro, o mercado pode encontrar um piso e, a partir daí, entrar em um período de estabilidade. Depois disso, provavelmente passará a “andar de lado". Esse comportamento pode durar por anos, a menos que haja uma quebra de safra em países-chave. Só mudaria se houvesse problemas climáticos relevantes na Argentina, no Brasil ou na América do Norte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.