11/Sep/2025
O Itaú BBA projeta que o mercado doméstico de derivados de soja continuará descolado da Bolsa de Chicago nos próximos meses, com tendência de alta gradual no óleo e pressão no farelo. O mercado doméstico está relativamente descolado da Bolsa de Chicago, e deve permanecer com tendência de altas graduais até o último bimestre da temporada, sustentado pela combinação de embarques firmes, firmeza da demanda e margens industriais cada vez mais atreladas ao óleo como principal pagador do esmagamento. Para o farelo, a oferta continua como vetor de baixa. A maior oferta de farelo de soja seguirá como fator de pressão sobre os preços nos próximos meses, dado que a demanda interna mostra pouco fôlego adicional e o ritmo das exportações, embora firme, não tem sido suficiente para enxugar o excesso de produto.
Diante de margens apertadas, as indústrias consideram antecipar paradas ou reduzir o ritmo de esmagamento devido às margens de esmagamento ruins, causando impacto no mercado de óleo e biodiesel. No óleo, a sustentação vem do mandato de biocombustíveis. Desde a efetivação do B15, o consumo do derivado permanece elevado, garantindo suporte mesmo nos momentos de queda na Bolsa de Chicago. Um eventual ajuste no ritmo de esmagamento poderia restringir a oferta interna de óleo, reforçando os prêmios no mercado brasileiro. Chama atenção o fluxo de grão. A demanda chinesa pela soja brasileira segue firme, enquanto não há uma solução para a questão comercial com os Estados Unidos.
Se isso seguir, uma vez que a China ainda comprou pouco da sua necessidade de soja para processamento no trimestre entre novembro e janeiro, a soja deverá seguir subindo no Brasil, prejudicando as margens de esmagamento, com possibilidade de redução do processamento. Isso teria impacto na oferta interna de óleo de soja, encarecendo o biodiesel. No exterior, a volatilidade do óleo deve continuar. No cenário internacional, o óleo de soja na Bolsa de Chicago seguirá volátil, ainda refletindo a incerteza quanto à política de biocombustíveis nos Estados Unidos e a recente decisão da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) sobre isenções a pequenas refinarias. Ainda assim, as margens de esmagamento no país devem se manter saudáveis e dando suporte ao avanço do esmagamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.