08/Sep/2025
O bom desempenho dos embarques brasileiros de soja em grão e de óleo tem acirrado a disputa entre consumidores domésticos e estrangeiros e elevado os prêmios de exportação. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real nos últimos dias aumenta a competitividade do produto nacional e estimula as negociações internas. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 9,33 milhões de toneladas de soja em agosto. Apesar da queda de 23,8% frente a julho, movimento comum para o período, o volume foi recorde para o mês. No acumulado de 2024 (janeiro a agosto), os embarques totalizaram 86,5 milhões de toneladas, também recorde. Os envios à China diminuíram 17% em relação a julho, mas o país asiático seguiu como principal destino, recebendo 85% da soja em grão escoada pelo Brasil em agosto. Historicamente, nesta época do ano, a China reduz compras do Brasil e amplia aquisições nos Estados Unidos, movimento que, em 2025, pode depender do avanço do acordo comercial entre os governos destes dois países.
Essa incerteza sobre a demanda levou parte dos vendedores brasileiros a retirar ofertas de prêmios para embarques futuros. Ainda assim, os compradores mostraram maior interesse. No Porto de Paranaguá (PR), para embarque em outubro/2025, o prêmio de exportação subiu de +US$ 1,50 por bushel no dia 28 de agosto para +US$ 1,80 por agora. No mesmo período do ano passado, os prêmios para outubro/2024 estavam em +US$ 1,45 por bushel (compra) e em +US$ 1,70 por bushel (venda). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 1%, cotado a R$ 141,11 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 135,11 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas).
Para assegurar preços mais atrativos e liberar espaço nos armazéns, alguns vendedores têm optado por negociar soja no mercado spot com recebimento apenas no próximo ano. Quanto ao óleo de soja, as negociações no spot estão aquecidas, impulsionando os prêmios de exportação. Segundo a Secex, os embarques de óleo de soja cresceram 20,4% de julho para agosto e 44,6% em um ano, somando 152,87 mil toneladas em agosto/25. No acumulado do ano, o Brasil exportou 1,05 milhão de toneladas, 22,9% acima do volume do mesmo período de 2024. As indústrias de biodiesel também estão ativas, tanto no spot quanto em contratos para entrega a partir de outubro. Nesse contexto, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra alta de 0,8% nos últimos sete dias, a R$ 7.283,18 por tonelada, o maior valor nominal desde 21 de novembro do ano passado. Diferentemente do óleo, os preços do farelo estão pressionados pela menor demanda externa e pela expectativa de maior excedente.
Nos últimos sete dias, a média do produto apresenta baixa de 0,7%. As exportações de farelo de soja somaram 1,94 milhão de toneladas em agosto, 5,4% a menos que em julho e 6% abaixo do volume de agosto/2024. No acumulado do ano, os embarques totalizam 15,39 milhões de toneladas, praticamente estáveis (-0,22%) sobre igual período de 2024. Os contratos futuros do complexo soja na Bolsa de Chicago são pressionados pela proximidade da colheita 2025/2026 nos Estados Unidos e pela ausência da demanda chinesa. O contrato setembro/2025 da soja registra baixa de 1,6% nos últimos sete dias, para US$ 10,12 por bushel. No mesmo período, o contrato do farelo tem recuo 2,4%, a US$ 307,98 por tonelada, e o do óleo apresenta baixa de 1%, para US$ 1.129,42 por tonelada. A maior oferta global de óleo de palma. principal concorrente, também pressiona as cotações. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.