08/Sep/2025
Segundo a AgResource, a ausência da China nas compras de soja dos Estados Unidos pode reduzir em até 12,2 milhões de toneladas a demanda até novembro. Não houve nenhuma venda da oleaginosa para o maior importador global até o fim de agosto, fato inédito que pressiona o início da temporada 2025/2026. Os compromissos totais de exportação da soja norte-americana somam 9,1 milhões de toneladas, menor volume desde 2019. No ano passado, a China adquiriu cerca de 6,9 milhões de toneladas entre setembro e outubro. Os Estados Unidos estão com zero vendas para a China até o fim de agosto. Se isso se estender até novembro, serão de 10,9 milhões a 12,2 milhões de toneladas de demanda potencialmente perdida. A falta de negócios já repercute nos preços internos. Em Illinois, os descontos em relação à Bolsa de Chicago atingiram os níveis mais fracos em cinco anos.
Em Dakota do Norte, região que depende das exportações pelo Pacífico, os diferenciais despencaram. O mercado está indicando que haverá pilhas de soja em muitos lugares, especialmente aqueles que dependem da demanda chinesa que continua completamente ausente. Há um intervalo natural de seis a sete semanas entre a assinatura dos contratos e a chegada da carga ao destino. Assim, a ausência de vendas em agosto implica embarques nulos em setembro e outubro. Para a safra 2024/2025, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou produtividade de 3,56 toneladas por hectare em agosto. A AgResource trabalha com intervalo de 3,54 a 3,58 toneladas por hectare, refletindo clima mais seco em áreas do Meio Oeste e de Kentucky, mas ainda com condições nacionais melhores que as de 2024.
Negociações recentes entre autoridades norte-americanas e chinesas não resultaram em acordo. Em vez disso, a China anunciou a liberação de 3 milhões a 5 milhões de toneladas de estoques domésticos, sinalizando que não pretende retomar compras dos Estados Unidos no curto prazo. A Rússia discute a criação de uma zona de comércio entre países do Brics. Há preocupação com essa zona de comércio Brics e o que significa para a agricultura dos Estados Unidos. As exportações norte-americanas de soja estão 1% abaixo do ritmo necessário para cumprir a meta anual do USDA. A oferta global de soja e milho segue ampla. O excesso deve perdurar por três a quatro meses, a menos que haja problema climático na América do Sul em dezembro. A recomendação é aproveitar eventuais recuperações de preços para vender gradualmente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.