05/Sep/2025
Segundo a EarthDaily Analytics, empresa especializada em monitoramento agrícola por satélite, Mato Grosso, maior produtor de soja do País, registra o menor nível de umidade do solo em 30 anos às vésperas do fim do vazio sanitário, que se encerra em 6 de setembro e libera o início da semeadura da safra 2025/2026. A estiagem já dura semanas e deve persistir pelo menos até 17 de setembro, de acordo com o modelo europeu ECMWF. O quadro é agravado por temperaturas acima de 40°C, que elevam a evapotranspiração e aceleram a perda de água no solo.
A condição pode levar produtores a adiar a semeadura, mesmo após o fim do vazio, à espera de chuvas mais consistentes para garantir germinação uniforme. Embora a semeadura da soja esteja autorizada a partir da próxima semana em algumas regiões, a persistência do déficit hídrico no solo pode resultar em atraso no início dos trabalhos de campo, já que muitos produtores tendem a aguardar condições mais favoráveis de umidade para garantir uma germinação uniforme. Em contraste, parte de Goiás e da Região Sul apresenta níveis satisfatórios de umidade, o que favorece o início do plantio da soja.
No Paraná, a situação é heterogênea: no norte, onde a semeadura já está autorizada, a umidade permanece abaixo da média e pode alcançar o menor patamar em dez anos, o que tende a atrasar tanto a soja quanto o milho safra de verão (1ª safra 2025/2026). Nos últimos dez dias, a maior parte do País registrou chuvas abaixo da média, mantendo o regime seco típico da época. Apenas áreas pontuais das Regiões Nordeste, Sudeste e do Paraná receberam acumulados acima da média, variando de 10 milímetros no interior de São Paulo a 60 mm no leste do Paraná.
As previsões indicam manutenção do tempo seco na maior parte do território, com exceção da Região Sul, especialmente do Rio Grande do Sul, e de áreas da Região Nordeste. Em Mato Grosso, enquanto o modelo americano GFS aponta possibilidade de precipitações no fim da primeira quinzena de setembro, o europeu ECMWF mantém a tendência de estiagem. Ambos projetam ainda temperaturas acima da média para as Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Paraná, fator que pode reduzir ainda mais a umidade do solo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.