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04/Sep/2025

EUA: ausência da China elevará os estoques de soja

Segundo a StoneX, a soja dos Estados Unidos iniciou o novo ano comercial sob pressão diante da ausência de compras chinesas, enquanto o milho encontra sustentação na demanda de exportação. Ainda não há registro de um único grão de soja comprado pela China até agora. O novo ano comercial já começou e os Estados Unidos estão perdendo a janela de oportunidade. No ciclo encerrado em agosto, a China importou 22,9 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos, com cerca de três quartos desse volume concentrado entre setembro/2024 e o início de janeiro/2025. A falta de negócios nesse período crítico acendeu o alerta entre exportadores.

Há rumores no mercado físico na China de que o governo pode liberar 3 a 5 milhões de toneladas de suas reservas neste outono no Hemisfério Norte (setembro a novembro) para compensar a ausência de soja norte-americana. A China já garantiu grandes volumes da América do Sul para entrega nos próximos meses, além de farelo da Argentina, criando alternativas ao produto norte-americano. Entre o que tem em reservas, o que pode obter do Brasil, Argentina e Uruguai e o farelo argentino, a China não precisa comprar soja norte-americana neste ano. É uma escolha se quiser fazê-lo ou não. E esse é o risco. A perda de espaço para a China tende a ampliar o excedente nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos têm um programa doméstico de biocombustíveis forte, mas não há capacidade de esmagamento suficiente para compensar toda a perda de exportações. Alguns países estão sendo ‘espremidos’ pelos chineses no mercado sul-americano e vêm comprar nos Estados Unidos, o que compensa parcialmente. Ainda assim, há risco relevante de queda nas exportações. O impacto chega direto ao produtor. A soja do noroeste dos Estados Unidos, que normalmente iria de trem para os portos do Pacífico com destino à China, está sem comprador. Isso significa que ela terá de ser guardada junto a grandes volumes de milho e trigo, criando problemas de espaço e logística.

Para 2025/2026, a recomendação é de cautela. Os produtores precisam conversar com seus compradores, garantir opções de armazenamento, seja em silo, bag ou outra forma, e evitar vender na hora da colheita. Este é um ano de passos curtos, aproveitando aos poucos as oportunidades de preço e de contratos futuros, sem esperar grandes ganhos de uma vez só. A base de preços já está fraca e pode cair ainda mais enquanto houver soja sem destino certo. Os contratos futuros para entrega mais adiante pagam um pouco mais justamente para incentivar o produtor a guardar a produção. Essa diferença abre chance de ganho para quem tiver condições de estocar e esperar o momento certo de vender. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.