02/Sep/2025
O Paraná iniciou nesta segunda-feira (1º/09) o plantio da safra 2025/2026 de soja com expansão de área e umidade adequada no solo após as chuvas da última semana. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) projeta cultivo em 5,79 milhões de hectares, incremento de 0,6% sobre os 5,75 milhões de hectares do ciclo anterior. A produção estimada alcança 22,05 milhões de toneladas, alta de 4,23% ante as 21,1 milhões colhidas em 2024/2025. A largada será tímida, apesar das condições favoráveis. Esse início de plantio é bastante contido, pois não há um volume significativo. O ritmo só deve se acelerar a partir da segunda quinzena de setembro, quando entra a região sul do Estado. As precipitações recentes melhoraram o quadro hídrico, mas ainda não recompuseram totalmente a umidade. Teve chuvas na semana passada, mas insuficientes para recuperar toda a parte hídrica, principalmente no norte, mas já há condições para semear. O solo tem umidade adequada.
O avanço territorial ocorre de forma marginal e distribuída pelo Estado, exceto no noroeste. Basicamente todas as regiões tiveram um pequeno incremento, bem marginal. No noroeste houve até leve redução, porque mandioca e cana-de-açúcar conquistaram espaço naquela área. Na região sul, a oleaginosa avança sobre terras de feijão. A leguminosa, que havia saltado para 168 mil hectares na temporada passada, retorna ao patamar histórico de 111 mil hectares, queda de 34%. O feijão teve volume muito acima da média no ciclo anterior. Agora voltou ao padrão tradicional, e essa extensão migrou para soja e milho safra de verão (1ª safra 2025/2026). O cereal de 1ª safra registra recuperação expressiva. O Deral projeta 315 mil hectares, avanço de 12,1% sobre os 280,2 mil hectares anteriores, com colheita estimada em 3,22 milhões de toneladas, crescimento de 5,5%.
Depois de muito tempo, o Estado voltou a ganhar território relevante no milho safra de verão (1ª safra), que vinha perdendo espaço ano a ano desde 2010. O calendário do plantio de soja segue a Portaria nº 1.271/2025 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Nas zonas norte, noroeste e oeste, liberadas nesta segunda-feira (1º/09), a semeadura vai até 31 de dezembro. No sudoeste, a janela abre em 11 de setembro e segue até 10 de janeiro. No sul, Campos Gerais e litoral, o vazio termina em 19 de setembro, com trabalhos permitidos até 20 de janeiro de 2026. O avanço deve se intensificar na segunda quinzena. Haverá aceleração efetiva entre os dias 15 e 25, aproximadamente, quando entra a porção sul, bastante importante e que concentra seus trabalhos nesse período. O Sistema Ocepar alertou sobre os riscos do descumprimento das regras.
Plantar fora do período recomendado representa perigo não apenas para quem desobedece, mas para os demais produtores, pelo aumento da possibilidade de doenças e perdas por adversidades climáticas. Infrações podem resultar em multa, destruição da lavoura e perda de acesso a crédito rural e seguro agrícola. A metodologia do Deral considera produtividades históricas regionalizadas. A previsão inicial parte do que já aconteceu. O Deral seleciona os maiores rendimentos da região, aplica um intervalo mínimo e máximo, e a média define a expectativa. No campo econômico, os insumos pressionam. Houve elevação de 7% nos custos em maio, puxada por fertilizantes e sementes. Sem reação nos valores da commodity nos próximos meses, é provável que o produtor tenha rentabilidade menor que na temporada anterior, porque as despesas subiram e as cotações permanecem estáveis. A capitalização alterou o perfil comercial. O principal motivo de não haver vendas antecipadas é que o agricultor tem recursos, está capitalizado com dinheiro próprio e bancário. Ele assume o risco de aguardar valorização.
As negociações futuras perderam força. A comercialização antecipada diminuiu bastante no Paraná. Os produtores preferem acompanhar a evolução das cotações. A soja mantém a liderança no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária paranaense com 26% de participação, seguida pela avicultura com 25%. O Estado ocupa a segunda posição nacional, atrás de Mato Grosso (50 milhões de toneladas) e à frente de Goiás (20,4 milhões). As cooperativas paranaenses processam metade da capacidade de esmagamento estadual, com 41 mil toneladas/dia. Cerca de 68% do volume total passa pelas entidades, com parcela significativa destinada à nutrição animal. Destaque para a demanda crescente por óleo para biodiesel, após o governo elevar de 14% para 15% a mistura obrigatória no diesel, com meta de 20% até 2030. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.