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01/Sep/2025

Preço da soja pressionado no mercado doméstico

Após registrarem ritmo intenso ao longo de agosto, as negociações envolvendo a soja estão lentas, devido sobretudo ao enfraquecimento na demanda. A proximidade da colheita da safra 2025/2026 no Hemisfério Norte e as expectativas de avanço no acordo comercial entre os Estados Unidos e a China tendem a reduzir as exportações brasileiras do grão, cenário que afasta os demandantes. Ressalta-se que esse movimento de redirecionamento dos consumidores estrangeiros do Brasil aos Estados Unidos é comum neste período de entressafra. Diante disso, os prêmios de exportação registram recuo. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque programado para setembro/2025, os prêmios passaram de +US$ 1,80 por bushel na semana passada para +US$ 1,55 por bushel agora. No início de agosto, os prêmios foram ofertados acima de +US$ 2,00 por bushel.

Além disso, a desvalorização cambial (US$/R$), que desfavorece as exportações do Brasil, também pesou sobre as cotações no País. Em agosto (até o dia 28), a média do dólar foi 1,5% menor que a de julho e 1,7% inferior à de agosto/2024. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,3%, cotado a R$ 139,66 por saca de 60 Kg. A queda no encerramento de agosto acabou limitando o avanço na média mensal para 2,7% frente à de julho/2025 e para 2,6% em relação à de agosto/2024, a R$ 140,55 por saca de 60 Kg. Ainda assim, trata-se da maior média desde novembro do ano passado, em termos reais (IGP-DI de julho/2025). A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,7% nos últimos sete dias, a R$ 134,48 por saca de 60 Kg.

A média de agosto deste Indicador ficou em R$ 134,06 por saca de 60 Kg, alta de 2,8% frente à do mês de julho/2025 e de 0,9% na comparação anual e é também a maior de 2025, em termos reais. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam baixa de 1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas). De julho para agosto, houve altas de 2,1% no mercado de balcão e de 3% no de lotes. No mercado externo, os futuros da oleaginosa estão praticamente estáveis. De um lado, há pressão diante da diminuição nas vendas da atual safra norte-americana (que se encerrou no dia 31 de agosto); de outro lado, o clima quente e seco no Meio Oeste dos Estados Unidos limita a queda. Com isso, o contrato Setembro/2025, na Bolsa de Chicago, tem baixa de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 10,28 por bushel. De julho para agosto, o contrato de primeiro vencimento recuou 0,5%; na comparação anual, houve forte queda de 9,6%.

A demanda pelo derivado brasileiro esteve aquecida em agosto, sobretudo para a produção de biodiesel. Vale lembrar que, desde o dia 1º de agosto, a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel passou para 15%, de acordo com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Diante disso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), registra valorização de 2% nos últimos sete dias, a R$ 7.228,10 por tonelada. O preço médio na parcial de agosto, de R$ 7.063,06 por tonelada, superou em 6,3% o do mês de julho e em 8,8% o de agosto/2024, sendo o maior do ano, em termos reais. No mercado externo, os preços estão em baixa, refletindo expectativas de maior oferta de óleo de palma da Indonésia. Com isso, o vencimento Setembro/2025 do óleo de soja registra recuo de significativos 3,5% nos últimos sete dias e de 3,7% entre as médias de julho e agosto. De agosto/2024 a agosto/2025, no entanto, os preços subiram 18,5%.

Os valores do farelo de soja apresentam altas modestas no mercado brasileiro. Parte dos consumidores tem necessidade em abastecer seus estoques, enquanto outra parcela indica estar abastecida para o médio prazo. Esse cenário resulta em negociações pontuais. Os preços do farelo de soja acumulam avanço de 0,4% nos últimos sete dias e de 0,6% entre as médias de julho e de agosto. Por outro lado, houve expressiva queda de 23,2% na comparação anual, em termos reais. No front externo, os futuros do farelo de soja têm baixa de 3,5% nos últimos sete dias. A média de agosto, no entanto, registrou alta de 5,6% sobre o de julho. Esse avanço se deve ao maior apetite mundial, sobretudo na primeira quinzena de agosto. No comparativo anual, os futuros do farelo recuaram expressivos 24,9%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.