01/Sep/2025
Os importadores chineses de soja estão aumentando as compras da Argentina e do Uruguai no próximo ano para preencher a lacuna de fornecimento deixada pela ausência de embarques dos Estados Unidos, à medida que a guerra comercial se arrasta entre os dois países. Os processadores chineses podem comprar até 10 milhões de toneladas métricas de soja dos dois exportadores sul-americanos durante o ano comercial de 2025/2026, o que seria um recorde. A China já reservou 2,43 milhões de toneladas da Argentina e do Uruguai para embarques de setembro a maio do próximo ano. De setembro de 2024 a julho de 2025, a China importou 5 milhões de toneladas de soja dos dois países, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândega (GACC). O aumento da oferta dos dois produtores sul-americanos deve se somar às grandes importações do produto do Brasil pela China, desferindo outro golpe nos exportadores dos Estados Unidos, já que o maior importador de soja do mundo reduz sua dependência dos produtos agrícolas norte-americanos.
Com mais fornecedores de soja para a China, o país precisará de menos dos Estados Unidos, o que ajudará na guerra comercial. Este ano, a China não reservou nenhuma compra de soja dos Estados Unidos para embarque no quarto trimestre, que normalmente é o principal período de vendas para os norte-americanos, pois os suprimentos recém-colhidos chegam ao mercado. As duas maiores economias do mundo impuseram tarifas de importação que afetaram o comércio, principalmente de produtos agrícolas, como a soja. Até meados de agosto, os compradores chineses haviam reservado 1,575 milhão de toneladas para carregamento em setembro da Argentina e do Uruguai, 660.000 toneladas para outubro e volumes menores de 66.000 toneladas cada para novembro, dezembro e maio de 2026. Desde a guerra comercial com a China no primeiro mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo chinês tem tomado medidas para reduzir sua dependência de produtos agrícolas norte-americanos para reforçar sua segurança alimentar.
Os Estados Unidos forneceram 12% das importações agrícolas da China em 2024, abaixo dos 20% em 2016, enquanto o Brasil forneceu 22% no ano passado, acima dos 14% em 2016. O aumento das importações da Argentina e do Uruguai se deve principalmente ao fato de a China não estar comprando grãos dos Estados Unidos e porque ambos os países tiveram colheitas abundantes. A safra de soja de 2024/2025 da Argentina foi de 50,9 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), acima das 48,2 milhões de toneladas do ano anterior e das 25 milhões de toneladas de 2022/2023, quando uma seca severa reduziu a produção. No Uruguai, a produção de soja foi de 4,2 milhões de toneladas no período de 2024/2025, acima dos 3,3 milhões de toneladas de um ano atrás. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.