20/Aug/2025

No mercado interno de soja, os preços registraram nova alta entre R$ 1,00 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta terça-feira (19/08). O dólar acelerou os ganhos nesta terça-feira (19/08) e fechou com alta de 1,22%, a R$ 5,50, o maior valor de fechamento desde o dia 5 de agosto. Investidores liquidaram papéis de grandes bancos na Bolsa e recompuseram posições cambiais defensivas por receio de escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos. Motivo: incertezas provocadas pela decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a aplicação de leis estrangeiras. Ainda, rumores indicam que pesquisa Genial/Quaest, a ser divulgada nesta quarta-feira (20/08), mostrará melhora na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que deu combustível extra ao dólar.

Segundo o Travelex Bank, o Real teve a melhor performance entre emergentes desde o fim de julho e está devolvendo um pouco agora com essa escalada da crise envolvendo as tarifas e a política externa. A decisão de Flávio Dino provocou uma onda de dúvidas e apreensão no setor bancário, que já busca auxílio jurídico no exterior. Os bancos podem sofrer sanções dos Estados Unidos se não adotarem restrições a Alexandre de Moraes baseadas na Lei Magnitsky. De outro lado, se cumprirem, podem contrariar a legislação brasileira. Os bancos nacionais estão ‘entre a cruz e a espada’. O aumento da percepção de risco tende a afastar investidores estrangeiros da bolsa doméstica, o que acaba respingando no Real. Os investidores ajustaram posições à espera da divulgação nesta quarta-feira (20/08), da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira (22/08).

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (19/08), após dados da primeira etapa da expedição Pro Farmer Crop Tour terem indicado boas perspectivas para a safra norte-americana. O vencimento novembro da oleaginosa caiu 7,50 cents (0,72%), e fechou a 10,33 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 68% da safra de soja apresentava condição boa ou excelente no dia 17 de agosto, sem variação ante a semana anterior. Vendas realizadas por produtores são outro fator baixista para os preços. Agricultores norte-americanos estão vendendo soja para gerar receita no curto prazo. Eles "precisam vender algo para financiar a compra de sementes, fertilizantes e produtos químicos para a safra de 2026. A ausência de compras chinesas de soja dos Estados Unidos também continua pressionando as cotações. A China vem cobrindo suas necessidades com o grão da América do Sul.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os compradores indicam R$ 128,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega imediata e pagamento em setembro. Para a safra 2025/2026, as indicações ficam entre R$ 116,00 e R$ 117,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em fevereiro e pagamento em março. Em São Paulo, na região de Campinas, os exportadores indicam entre R$ 144,00 e R$ 144,50 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá (PR) e R$ 145,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos (SP), para embarque imediato com liquidação em setembro. Para pagamento em outubro, algumas tradings indicam R$ 147,00 por saca de 60 Kg. Para safra 2025/2026, os compradores indicam entre R$ 136,00 e R$ 137,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em fevereiro e pagamento entre o fim de março e início de abril.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.