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15/Aug/2025

Firme demanda internacional pela soja brasileira

A SLC Agrícola avalia que a demanda internacional pela soja brasileira permanece firme, com prêmios nos portos do País em patamares recordes, o que abre espaço para o Brasil continuar exportando o grão mesmo fora da janela tradicional. Os embarques têm superado os volumes históricos, e a China segue buscando soja no Brasil em vez de recorrer aos Estados Unidos, mesmo diante da pressão política do governo norte-americano por novas compras. O prêmio no mercado brasileiro voltou ao patamar do Trade War I. São +US$ 2,00 por bushel de prêmio nos portos brasileiros. A liquidez da soja brasileira está muito consistente. O País antecipou vendas neste ano por causa da alta dos juros e do câmbio mais favorável, o que reduziu o volume remanescente para negociação no último trimestre de 2025. Para a safra 2025/2026, a SLC já fixou 56% da soja, considerando commodity e compromissos como arrendamentos. A companhia fixou parte do câmbio a R$ 6,08 e parte do preço em dólar a US$ 11,00 por bushel.

A estratégia deve manter a rentabilidade mesmo com eventual recuo de preços na Bolsa de Chicago. O câmbio médio da soja vendida neste ano foi de R$ 5,63. Sobre a pressão recente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que a China aumente suas compras de soja norte-americana, os impactos para o Brasil foram minimizados. É pouco provável que a China retome um acordo amplo com os Estados Unidos, dada a falta de urgência da China para se comprometer com volumes elevados junto ao país norte-americano. A dependência da China em relação aos Estados Unidos está muito menor. Hoje, os Estados Unidos representam só 20% das importações de soja chinesa, ante mais de 40% há cinco anos. A vantagem competitiva brasileira deve ser mantida. É difícil imaginar que um novo acordo vá ser prejudicial ao Brasil. O País exporta bem hoje e deve continuar com vantagem, porque a soja brasileira não sofre taxação de importação pelos clientes finais.

A Argentina também voltou a exportar volumes relevantes após a boa safra, mas o Brasil deve manter protagonismo nos embarques. Em relação ao restante da safra 2024/2025, o produtor brasileiro que manteve soja estocada deve aguardar prêmios mais favoráveis para vender, aproveitando a possível escassez nos Estados Unidos. Hoje, o mercado é muito mais spot. Quem segurou vai vender quando o ágio estiver melhor, no momento que o mercado pagar mais. Ainda não há grandes volumes contratados para embarque em outubro e novembro, mas há espaço para o Brasil ocupar parte dessa janela historicamente dominada pelos Estados Unidos. A firmeza da demanda externa está refletida não apenas nos prêmios altos, mas também nas vendas antecipadas da próxima safra. Os prêmios mostram que o cliente está vindo buscar soja no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.