14/Aug/2025

A BrasilAgro afirmou que o lucro obtido pelos sojicultores brasileiros deve cair de 25% a 30%, nas últimas safras, para 20% a 22% na próxima temporada. A queda é atribuída ao aumento de custos e à instabilidade do dólar, que oscilou muito durante a safra atual. A agricultura tolera bem a volatilidade entre safras, mas quando o dólar muda muito durante a mesma safra é perigoso, porque o produtor pode errar o momento de vender. O dólar começou a safra em R$ 4,80, subiu para R$ 6,40 e fechou em R$ 5,40. A BrasilAgro conseguiu se proteger parcialmente ao vender 58% da soja antes da grande oscilação do dólar.

Nos últimos anos, o setor foi beneficiado: gastou menos para produzir (com dólar baixo) e vendeu mais caro (com dólar alto). Agora, o risco é o contrário. O desafio é começar a próxima safra com dólar a R$ 5,40 e terminar com dólar a R$ 4,80. Isso vai chacoalhar o setor. Para enfrentar o cenário, é importante manter cautela: lucro pequeno não quebra ninguém. É preciso ir vendendo aos poucos para garantir margem. Outro problema é a alta dos juros, que subiu de 10% para 15% durante a safra. O agronegócio cresce porque reinveste os lucros.

Com juros a 15%, qualquer novo projeto precisa ser muito bem pensado. A Coamo tenta ajudar os produtores oferecendo contratos antecipados. Em abril deste ano, a Coamo ofereceu pela soja R$ 130,00 por saca de 60 Kg para entrega na safra de 2025, quando hoje a expectativa de preço está abaixo de R$ 120,00 por saca de 60 Kg. Quem fez contrato antecipado garantiu preço mais alta. O Fazendão reforçou que momentos instáveis exigem mais cuidado na gestão. É preciso estruturar bem as operações financeiras e olhar para a eficiência para não se perder. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.