13/Aug/2025
O Itaú BBA avalia que a valorização dos prêmios de exportação deve continuar sustentando os preços da soja no Brasil no curto prazo, mesmo diante da pressão de baixa na Bolsa de Chicago causada pelo clima favorável nos Estados Unidos e pela ausência de compras chinesas no mercado norte-americano. Mesmo com a forte desvalorização para a Bolsa de Chicago no mês de julho, a elevação dos prêmios mais do que compensou a queda externa, favorecendo a precificação doméstica. Em julho, os contratos da soja na Bolsa de Chicago caíram 3,6%, para US$ 10,14 por bushel, após meses de alta. No Brasil, a cotação no Porto de Paranaguá (PR) subiu 1,8%, para R$ 137,00 por saca de 60 Kg, e em Sorriso (MT) avançou 2,4%, para R$ 113,00 por saca de 60 Kg. O prêmio médio no Porto de Paranaguá atingiu +US$ 1,25 por bushel, bem acima da média de +US$ 0,42 por bushel do mesmo mês de 2024, impulsionado pela demanda externa firme, sobretudo da China.
As exportações brasileiras somaram 12,3 milhões de toneladas em julho, queda de 9% ante junho, mas 9% acima do mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a julho, foram embarcadas 77,2 milhões de toneladas, recorde para o período e 2,4% acima do registrado no ano passado. A China respondeu por 75% das compras, participação superior aos 73% observados em igual intervalo de 2024, em um cenário no qual o país asiático não adquiriu soja norte-americana no período. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima a avaliação de qualidade das lavouras após um julho marcado por chuvas regulares e bem distribuídas no Meio Oeste. Mesmo com temperaturas acima da média em parte da região, o cenário segue positivo para a produtividade, com agosto sendo decisivo por coincidir com o enchimento de grãos.
Na Argentina, o governo anunciou a redução permanente das alíquotas de exportação para grãos e carnes. No caso da soja, o imposto caiu de 33% para 26%, e nos subprodutos, de 31% para 24,5%. A medida, que sucedeu um período de ajustes temporários nas retenciones, estimulou vendas de soja para a China. O cenário climático na América do Sul ainda é considerado neutro pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), mas a probabilidade de ocorrência de La Niña para o fim do ano subiu. Sob a condição de neutralidade, os mapas de projeção de precipitação para os próximos meses sinalizam início e regularidade das chuvas em setembro, criando condições para um plantio dentro da janela ideal na Região Centro-Oeste. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.