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13/Aug/2025

Mercado cético sobre exportação dos EUA à China

Segundo a StoneX, o mercado de soja abriu a semana em alta após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicar mensagem em rede social sugerindo que a China estaria preocupada com a escassez do grão e que deveria "rapidamente quadruplicar" suas compras do país. A manifestação estimulou especulações sobre um possível avanço nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, mas ainda não há sinais concretos de que um acordo esteja próximo. É muito provável que em algum momento haja um acordo comercial com a China que aumente suas compras de commodities agrícolas e, possivelmente, energéticas. Mas, há ceticismo. É preciso ver mais evidências de movimento.

A China não registrou até agora nenhuma compra de soja da nova safra norte-americana, cujo ano comercial começa em 1º de setembro. Tradicionalmente, esse período é marcado por aquisições expressivas do grão por parte dos importadores chineses, mas em 2025 o país tem concentrado sua demanda em soja do Brasil e farelo de soja da Argentina. O Brasil mantém ampla disponibilidade para embarque, com preços competitivos em relação ao produto dos Estados Unidos. Os estoques finais dos Estados Unidos previstos para o ciclo atual, que se encerra neste mês, correspondem a quase o dobro de todo o volume comprado pela China ao longo da temporada. Se a China quisesse, poderia passar sem comprar nada dos Estados Unidos.

Mesmo com rumores ocasionais ao longo do ano sobre uma possível reedição do acordo da Fase 1, firmado no primeiro mandato de Trump, as expectativas arrefeceram nas últimas semanas. As tarifas recíprocas entre Estados Unidos e China foram suspensas em 11 de maio por um período inicial de 90 dias, e a medida foi prorrogada por mais 90 dias no fim de julho, mas ainda sem a assinatura final de Trump. Há negociações periódicas em baixo nível entre Estados Unidos e China, e renovar o acordo de Fase 1 seria uma forma de avançar. Mas, não se sabe se isso está ocorrendo. Até o momento, as negociações formais resultaram apenas em suspensões temporárias de tarifas e em autorizações limitadas para vendas de determinados produtos estratégicos: minerais de terras raras e ímãs da China para os Estados Unidos e chips norte-americanos para a China.

Eles permanecem muito distantes em muitas outras questões. Na madrugada de segunda-feira (11/08), Donald Trump publicou em rede social que a China estaria preocupada com a escassez de soja, exaltou a qualidade da produção norte-americana e defendeu que a China quadruplicasse rapidamente as compras como forma de reduzir o déficit comercial bilateral, prometendo agilizar o atendimento aos pedidos. A mensagem recolocou o setor agrícola na pauta pública das negociações, mas não altera o fato de que ainda não há sinais práticos de avanço. Até agora, Estados Unidos e China conseguiram chegar a um consenso apenas sobre medidas pontuais com prazos definidos, sem tratar de forma abrangente os impasses comerciais. Se houver um acordo, e a renovação da Fase 1 seria uma forma de conseguir isso, ele teria de incluir compras efetivas de commodities.

Além da questão comercial, há o relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). À medida que o mercado se sinta confortável com o tamanho da safra, a atenção passará do lado da oferta para a demanda. Dois eventos serão decisivos para essa percepção: o próprio relatório USDA e o Midwest Crop Tour, levantamento de campo realizado pela indústria na terceira semana de agosto. No ano passado, foi registrada a mínima de preços na metade de agosto e depois houve recuperação até fevereiro, mas não há garantia de que isso vá se repetir. A movimentação recente nos preços da soja reflete mais a reação a declarações políticas do que mudanças efetivas no fluxo comercial. Até o momento, não há nenhuma evidência sobre um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.