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13/Aug/2025

Derivados: preços do óleo sobem e farelo em baixa

Segundo o Itaú BBA, o óleo de soja registrou em julho a quarta alta mensal consecutiva na Bolsa de Chicago, com valorização de 9% para 52,29 centavos de dólar por libra-peso, impulsionado pela entrada em vigor da mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15), a partir deste mês. No sentido oposto, o farelo de soja acumulou a sexta queda mensal seguida, recuando 6,2% para US$ 269,00 por tonelada. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) revisou para cima a estimativa de esmagamento de soja em 2025, para 57,8 milhões de toneladas, alta de 3,6% sobre 2024. A divergência entre os derivados reflete condições distintas de oferta e demanda. O aumento global do esmagamento mantém a oferta de farelo acima do consumo, pressionando as cotações, enquanto o óleo é sustentado pela firmeza da demanda e pelas políticas de biocombustíveis.

No mercado interno, o farelo caiu 6,1% em julho ante junho, pressionado pelo recuo na Bolsa de Chicago e pela concorrência da Argentina, que reduz prêmios no Brasil. Com custos mais altos, muitas indústrias relatam dificuldades em manter a atividade de esmagamento em níveis rentáveis. Para o óleo, o cenário é de alta. Em Mato Grosso, o preço doméstico subiu 4% em julho, para R$ 5.955,00 por tonelada, com expectativa de maior consumo interno após o B15. A mudança de 14% para 15% na mistura obrigatória levou a Abiove a revisar para cima o esmagamento, alta de 0,5% em relação à projeção anterior. Nos Estados Unidos, a queda dos basis e do custo de originação, associada à ausência de compras de soja pela China, estimula o esmagamento. A alta do óleo na Bolsa de Chicago, com a perspectiva de aumento dos mandatórios de biocombustíveis, deixa o cenário ainda mais positivo para a margem de esmagamento no país.

Na China, as margens de processamento também permanecem elevadas, com o país comprando majoritariamente soja brasileira e aumentando aquisições da Argentina para compensar a ausência de negócios com os Estados Unidos. No Brasil, as indústrias enfrentam margens mais apertadas, pressionadas pela valorização da soja e pela queda do farelo. Já há especulação sobre paralisações antecipadas de algumas fábricas caso não haja melhora nas condições de operação. De janeiro a julho, o Brasil exportou 14 milhões de toneladas de farelo, 5% acima do mesmo período de 2024, e 1 milhão de toneladas de óleo de soja, alta de 16,5% na mesma base de comparação. O óleo de palma também se beneficiou da valorização do derivado da soja, subindo 3% em julho, para US$ 1.005,00 por tonelada, apesar da expectativa de aumento de produção e estoques na Malásia. O óleo pode ter apoio da demanda interna com o B15; já o farelo tem o ritmo das exportações como chave para evitar maiores quedas nos preços. A divergência entre os dois derivados tende a se manter no curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.