12/Aug/2025
Segundo a Vallya Participações, a China pode reduzir a tarifa de importação de 10% sobre a soja norte-americana como possível concessão em uma eventual negociação com os Estados Unidos. Uma redução dessa tarifa já podia gerar um efeito parecido ao de um acordo de compras, ainda que não houvesse um compromisso formal. Atualmente, o Brasil fornece cerca de 70% de toda a soja importada pela China, em comparação com 20% a 21% provenientes dos Estados Unidos, segundo dados de 2024. Essa participação expressiva é resultado de uma estratégia chinesa de diversificação de fornecedores, intensificada após a guerra tarifária entre China e Estados Unidos no primeiro governo de Donald Trump.
Isso fez parte da estratégia chinesa de tornar o Brasil responsável por parte desse fornecimento. A competitividade brasileira é óbvia também para os chineses. Apesar da posição privilegiada do Brasil, a China busca reduzir a dependência externa, inclusive do produto brasileiro. Entre as ações recentes, medidas para controlar estoques e diminuir a participação do farelo de soja na ração animal. Há um desconforto da China de depender tanto da importação. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirmou que um eventual redirecionamento de compras da China para a soja norte-americana exigiria do Brasil uma estratégia imediata de diversificação de destinos.
A avaliação foi feita após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir que a China quadruplicasse as compras de soja dos Estados Unidos, em meio à proximidade do fim de uma trégua tarifária entre os dois países. O Brasil tem um déficit de armazenagem na ordem de 124 milhões de toneladas para grãos só neste ano. Não tem onde armazenar e não tem onde consumir mais do que já consumiu. É preciso buscar novos mercados. A Abag é contra a alta concentração em um único cliente e citou oportunidades no Oriente Médio, que compra produto processado que vai do freezer ao forno. A abertura de novos destinos não ocorre de forma imediata. É um processo longo até a maturação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.